No dia do Orgulho LGBTQIA+, a equipe de redação do Portal Pop3 lista obras que marcaram suas trajetórias
28 de junho é dia de celebrar o orgulho de ser LGBTQIA+ e fica melhor ainda se for ao lado da arte, das divas pop e de tudo que engloba nosso mundo
Publicado em 28 de junho de 2022, por Matheus Soares • Artigos, EntrevistasNesta terça-feira, 28 de Junho, é celebrado o Dia do Orgulho LGBTQIA+. Infelizmente em 2022, ainda é necessário conscientizar sobre coisas simples como o respeito. A equipe Pop3, que é formada majoritariamente por membros da comunidade, decidiu juntar-se e trazer criações artísticas que além da conscientização, também ajudaram a descobrir a nossa criança viada interior. A arte sempre foi um meio de comunicação que enquanto assustava, também acolhia e foi assim para grande parte da comunidade LGBT.
Confira abaixo a arte que acolheu alguns de nossos redatores!
Escolha de Guilherme S. Machado: Filme O Menino e o Vento (1967)

(Carlos Hugo Christensen Produções Cinematográficas/Reprodução)
Filme que acabou por completar um segundo ciclo no meu processo de entendimento LGBTQIA+ e posicionamento político mais próximo da teoria queer e mais distante do assimilacionismo. Poder se reconhecer para além de uma necessidade estrita normativa é maravilhoso e poderoso em aceitar o que a normatividade não aceita. Se olhar no espelho em nossas diferenças me fez ficar melhor comigo mesmo, do que pelo agrupamento de semlhanças.
Escolha de João Schiavo: “Firework”, de Katy Perry
O terceiro single (e terceiro #1) do álbum Teenage Dream passou a virada de 2010 para 2011 no topo das paradas, mas mal podia imaginar que se tornaria – além de um hino de auto-ajuda e até Réveillon – também uma canção reconhecida e de relevância para a comunidade LGBTQIAP+. O clipe, que traz histórias diversas e entrelaçadas no contexto de superação, é uma das produções mais maduras e bem pensadas da carreira da californiana. “Firework” ajudou dezenas de milhares de pessoas ao redor do globo, principalmente dentro da nossa comunidade.
Escolha de João Vitor: “Girlfriend”, de Avril Lavigne
Quando tinha 10 anos recebi de uma amiga um cd com várias músicas que ela baixou. Uma das músicas era Girlfriend, e fiquei obcecado, passava o dia inteiro dançando. Como morava com minha avó, eu não usava internet nessa época, não ouvia músicas e nem sabia o que era pop ou pop-rock. Então para mim, achar esse som foi como achar um tesouro. Lembro que perguntavam que tipo de música eu gostava e não sabia o que responder, falava apenas “estilo Girlfriend da Avril”.
Escolha de Matheus Soares: “Born this Way”, de Lady Gaga
Apesar de clichê, a canção “Born This Way” se tornou uma grande canção para a comunidade LGBTQIA+ com grandes méritos. Lembro que na época eu me decepcionei quando a Lady Gaga optou por não lançar o single de “Dance in the Dark”, mas compensou com a prévia acapella do novo single no VMA 2010. Daquele dia até o lançamento, a expectativa era enorme, com muitos boatos sobre clipe ser em castelo e como a canção seria.
Lembro que foi lançada em uma rádio às 7h num dia de semana, e quase perdi o ônibus porque queria escutar em primeira mão antes de ir pro colégio (não tinha um smart que pudesse baixar a canção via 4G na época). A partir dali, a era Born This Way ganhou momentos incríveis e até outra canção dedicada à comunidade LGBTQIA+, Hair.
Escolha de Victoria Vischi: Série Heartstopper, de Alice Oseman
Para uma geração que cresceu com mais exemplos de queerbait em narrativas midiaticas do que verdadeira representação LGBTQIA+, histórias, como a criada por Alice Oseman, com diversidade de identidades e vivências LGBTQIA+, são inspiradores motivos de esperança. Não deixe de ler nossa crítica da 1ª temporada da série!
Escolha de Lucas Ricci: “It’s Okay To Cry”, de SOPHIE
O impacto de SOPHIE na comunidade LGBTQIA+ e na industrial musical é algo imensurável e que será sempre lembrado. Ouvir essa música é receber um abraço de alguém que te enxerga, te entende e te aceita. Pra quem quiser ler um pouco mais sobre o grande impacto da história de SOPHIE na comunidade, ela já apareceu em nosso programa PROMO SAMPLE — A história de uma Música.
Escolha de Carlos Eduardo: “This Hell”, de Rina Sawayama
Lançada neste ano, a canção é o lead-single de seu segundo disco que está por vir e é também um hino para nós LBGTs, misturando influências de Lady Gaga e Shania Twain. Apesar de uma simplicidade na letra, a artista rebate as antigas ideias cristãs sobre LGBTs irem para o inferno, aceitando esse “destino” e celebrando quem ela é.
Além disso, a faixa recebeu um clipe lindo que entrega uma estética que combina com a sonoridade e faz parte de uma campanha beneficente à comunidade LGBT. A artista sempre trabalhou com essas questões em sua discografia, que ainda é pequena, como em “Chosen Family” e “This Hell” é a faixa que vai permitir marcar a vida das próximas gerações LGBTQIA+, assim como marcou a minha.
E pra você, que música desvendou sua criança viada interior? Que criação artística te ajudou a orgulhar-se de ser LGBTQIA+?