A Mulher Rei: Viola Davis ressalta empoderamento negro e feminino em visita ao Brasil; confira!
A vencedora do Oscar também falou sobre a importância de existirem filmes com personagens negros complexos
Publicado em 23 de setembro de 2022, por Amanda Bonfim • Cinema, Pop3 TourDurante a coletiva de imprensa de A Mulher Rei, a vencedora do Emmy e do Oscar Viola Davis, acompanhada do produtor Julius Tennon, reiterou seu posicionamento sobre como as pessoas negras precisam receber mais papéis importantes e de destaque em produções audiovisuais. Nós do Portal Pop3 tivemos a oportunidade de estar pertinho da diva do cinema. Confira mais detalhes da coletiva logo abaixo!
Segundo Viola Davis, é preciso que, além de oportunidade, exista o desenvolvimento de personagens interessantes, que sejam construídos de maneira complexa como todo ser é. Isso está visível em seu mais recente lançamento, pois todos os personagens são bem desenvolvidos, com seu passado explorado, e, por isso, Viola acredita que seja bastante importante que o público vá assistir a produção nos cinemas, porque durante as suas duas horas e seis minutos de projeção, o espectador estará prestando atenção nas vidas de pessoas negras, algo que nem sempre o fazem no dia a dia.
Questionada sobre o título do filme, cujas palavras “Mulher” e “Rei” aparecem destacadas lado a lado, a atriz não pestanejou. “Vou admitir que é algo pensado demais, porque pessoas pensam na palavra Rei e porquê ela não é rainha. E, na verdade, sempre tiveram líderes masculinos e femininos no reino de Dahomé. Algo que, para mim que estava no filme, ela diz bastante ‘Eu sou general, eu mereci’, então, uma parte de mim, sente que a Mulher-Rei acaba sugerindo que há algo a mais na história e que essa mulher mereceu”, explicou Viola.

(Cadu Pilloto/Reprodução)
“Traz essa mulher ao topo, não importando onde ou quem ela esteja liderando, não seu companheiro líder, não a segunda no comando, mas a líder. E há algo interessante sobre isso, porque, normalmente, nós somos alguém secundário. Sejamos honestos, como mulheres, como mulheres negras, há um consenso de que somos sempre secundárias”, propôs a reflexão.
“Então o título provoca bastante colocando alguém como eu em um pôster com a palavra Rei escrita, que está subvertendo a narrativa do que significa ser rei. Eu acho que está sugerindo algo tão incrivelmente poderoso que faz as pessoas olharem”, destacou a atriz.
Viola também falou sobre como ficou sabendo sobre as Agojie, tão importantes na narrativa do filme, e que prefere as chamar por esse nome específico ao invés de amazonas, sobretudo por um viés político. Ao longo da entrevista, ficou nítido como a artista se sentiu muito perplexa ao conhecer mais a fundo a história de vida dessas guerreiras, relembrando também do seu passado. Desta forma, como Viola descreve sua personagem, seu entendimento sobre o filme e da importância que o blockbuster tem em representar um fato histórico, é um filme necessário de ser assistido na grande tela.
Assim, os espectadores estariam contribuindo ao dar bilheteria para o longa-metragem, abrindo espaço para que outros filmes com protagonismo negro sejam feitos com o objetivo de atingir mais pessoas e, especialmente, aquelas que se identifiquem com as histórias.
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