A caminho do verão é mais uma comédia romântica com protagonista sem graça (Crítica)
Essa é outra produção da Netflix facilmente esquecível, com personagens secundários subaproveitados
Publicado em 15 de maio de 2022, por Victoria Vischi • Críticas
A Caminho do Verão (Along for the Ride, no original) consiste em uma adaptação do livro de mesmo nome, escrito por Sarah Dessen. Trata-se de um original Netflix, cuja direção ficou a cargo de Sofia Alvarez, também conhecida por assinar o roteiro de Para Todos os Garotos Que Já Amei (2018). No entanto, a narrativa é esquecível e sem originalidade, com uma protagonista sem graça quando comparada com às personagens secundárias que são subdesenvolvidas.
O filme segue a história da estudiosa Auden (Emma Pasarow), uma garota sem amigos, filha de uma professora universitária renomada, Victoria (Andie MacDowell), que vai passar as férias que antecedem a faculdade com o pai Robert (Dermot Mulroney), a madrasta Heidi (Kate Bosworth) e a filha bebê deles em uma cidade à beira-mar. Deixando sua casa sem amigos, ela está disposta a tentar ser uma nova versão de si mesma durante o verão.
Auden chega para esse verão com altas expectativas de se reaproximar do pai, outro intelectual que a largou quando era criança. Mas o que ela encontra é um pai que continua sendo ausente, como se seu trabalho fosse muito mais importante do que o da esposa, e se recusando a ajudar minimamente sua esposa com a bebê.
Ela possui um emprego de verão na loja de biquinis da madrasta, opção da qual a mãe dela desdenha com um ar de superioridade intelectual. Outras três jovens da idade de Auden, trabalham na loja. As amigas Maggie (Laura Kariuki), Esther (Samia Finnerty) e Leah (Genevieve Hannelius), que se apresentam como personagens muito mais interessantes e carismáticas do que Auden, e após um começo tenso fazendo amizade com a protagonista.
(Netflix/Reprodução)
E é claro que a viagem apresenta também um interesse romântico para a protagonista, o misterioso Eli (Belmont Cameli), que ela só encontra a noite, andando de bicicleta sozinho ao invés de se envolver nas atividades de lazer escolhidas pelos outros jovens da cidade. Sua presença serve para ensinar a jovem a viver de forma mais descontraída e despreocupada, a levando a fazer aventuras juvenis que ela nunca viveu. Ao mesmo tempo, ele esconde um passado trágico, que explica seu distanciamento dos outros jovens locais.
Com uma formulação de história contada diversas vezes sob uma nova roupagem, A Caminho do Verão, deixa a desejar e em certos momentos causa tédio. Com alguns momentos fofos, que aquecem o coração, o filme é a escolha para um dia entediante em que apenas quer relaxar por alguns momentos e assistir um filme adolescente.
Minha predileção pelo trio de amigas que trabalham na loja de Heidi, não é baseada apenas na minha afeição por todos os trabalhos em que Samia Finnerty, uma das minhas artistas favoritas, se envolve. Maggie, Esther e Leah mostram uma amizade leve e encantam, roubando a cena em diversos momentos e sempre revelando características que surpreendem a protagonista, que já havia as rotulado e enfiado em uma caixa logo no início. Para meu deleite, vemos, inclusive, uma repetição de cenas em que Esther, interpretada por Samia, canta nas festas que as jovens frequentam.
Obviamente, o gênero é repleto de opções melhores, mas para aqueles que, como eu, são aficionados por filmes desse tipo, já podem ter visto todas as grandes produções e se encontrar sempre em busca de uma nova história para passar o tempo, essa é uma opção. A Caminho do Verão está disponível para assistir online na Netflix.
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Nota: 3
