A Luz do Demônio traz freira exorcista ao protagonismo de filme de terror (Crítica)
A Luz do Demônio inova ao trazer uma freira como protagonista em um filme de terror sobre exorcismo
Publicado em 3 de novembro de 2022, por Amanda Bonfim • CríticasA Irmã Ann (Jacqueline Byers) é uma freira que está na Escola de Exorcismo para entender como poderia ajudar as vítimas de possessão e as que estão em observação para ver se precisam de um exorcismo. Assim se mostra o filme, com um tom mais progressista quanto a uma pessoa precisar de um exorcismo, ou seja, observá-la para ver se está possuída ou não por alguma entidade.
Este acompanhamento médico e psicológico não é somente para as vítimas, mas também para a equipe que está nesta espécie de hospital religioso/psiquiátrico. Em uma das sessões de acompanhamento psicológico de Ann, percebemos que, para ela, sua mãe estava possuída por um demônio durante sua infância, até que ela cometesse suicídio. Com esse detalhe, percebemos que o passado de Ann continua a persegui-la de um jeito aterrorizante.
E isso fica ainda mais intenso quando uma menina, Natalie (Posy Taylor), chega para observação, pois sua mãe desconfia que ela esteja possuída. Os flashbacks de seu passado intensificam-se conforme as cenas avançam e, sobretudo, com a chegada dessa menina. A tensão também aumenta, pois ela passa a ser perseguida por essa suspeita em possessão. De maneira curiosa, antes mesmo do roteiro confirma, já sabemos que ela está realmente possuída.
Por tratar-se de filme de exorcismo, há um certo checklist que estes projetos possuem desde O Exorcista (1976) e seguem rigorosamente. Com esse longa-metrageme não é diferente. Os jumpscares da entidade perseguindo a pessoa acontece; há a cabeça girando e os possuídos subindo pelas paredes também; quando o exorcismo está acontecendo as costas curvando para trás, levitando, tudo acontece.
O que há de inovação é que, com a curiosidade que a Irmã Ann possui, junto de seu histórico, isso acaba favorecendo ela a ter acesso aos exorcismos como os padres possuem. Desta forma, é um filme capaz de trazer elementos novos para suas cenas. Porém, o suspense não é extremo, visto que os jumpscares são previsíveis e o roteiro precisa colocar até mesmo diálogos na boca dos personagens, mesmo que aquilo que estão falando já tenha sido mostrado para o espectador, tornando-se expositivo. Ou seja, o filme não deixa o espectador criar suas conclusões a partir das imagens, ele precisa falar. Apesar de possuir um roteiro falho em certos momentos, o filme não se arrasta, seus atos acontecem de forma rápida — quando você vê o filme já está em sua conclusão.
Por possuir um teor progressista em um tema que possui a religiosidade como um de seus elementos centrais, ou seja, um elemento patriarcal muito enraizado, trata-se de um filme que quebra com preceitos milenares da Igreja Católica ao colocar uma freira para aprender a como realizar exorcismo. Inclusive, o longa-metragem consegue trazer uma visão mais humanizada por meio vítima que está sendo exorcizada.

Nota: 3
