Portal Pop3

A Mulher Rei, de Viola Davis, e a luta feminina pelo povo (Crítica)

A Mulher Rei é baseado em fatos dos anos 1820 e traz a temática da escravidão com Viola Davis na produção

Publicado em 18 de setembro de 2022, por Críticas

Viola Davis é Nanisca em A Mulher Rei (The Woman King, no original), general das guerreiras amazonas da Guarda Real do Rei Ghezo (interpretado por John Boyega), chamado Agojie. O filme retrata acontecimentos dos anos 1823 no Reino de Dahomé, atual Benin, que lutam contra a venda do seu povo e da África Ocidental. Este exército é reverencia pelo seu povo de Dahomé e por seu rei Ghezo que se sente seguro ao pensar que em um possível ataque ao reino, estarão protegidos. Devido a isso, o rei deposita uma grande confiança no que Nanisca fala ao voltar de combates para salvar prisioneiros do povo dahomé feitos pelo exército inimigo, sendo do Império Oyó.

Esse império faz negócios com mercadores de escravos brasileiros, algo que Nanisca começa a questionar o porquê dessa rivalidade que fazem uns vender os outros. Em uma das saídas das Agojies, elas recuperam algumas pessoas de seu povo e outras feitas prisioneiras de outros, as mulheres recuperadas são convidadas a fazerem parte do treinamento para ser uma Agojie. Se alguma mulher não quisesse, não tinha problema, porém não poderiam ficar no reino. As que decidem fazer parte do treinamento, sabem que teriam um teste no final e a melhor seria presenteada pelo Rei por seu esforço. E todas que fossem bem sucedidas no teste, finalizá-lo, irão ser uma irmã Agojie. Sendo protegidas e lutando juntas em uma sororidade.

O filme conta com Lupita Nyong’o no papel de Nawi, uma menina de 19 anos que não aceita nenhum marido que seus pais tentam encontrar, por isso seu pai a dá de presente para o rei e juntas com as prisioneiras resgatadas, ela faz parte do treinamento das Agojie. Antes de ser entregue como presente, Nawi já as admirava pela força e admiração que recebiam. Em um dado momento do filme, ficamos sabendo que Nawi, na verdade, era adotada pelos seus pais de Dahomé. O seu temperamento muito teimoso e arrogante, como fala Nanisca, chamou atenção da mesma e por este temperamento um tanto explosivo.

Essa atenção, de certa forma, especial começou a fazer Nanisca pensar sobre seu passado. Assim, sabemos que ela foi feita prisioneira do exército de Oyó, contento uma rixa também pessoal contra eles, sofrendo um estupro coletivo deles, acaba engravidando. E dando sua criança para sua amiga Amenza (Sheila Atim), que também faz parte do exército, levar para missionários, já que uma Agojie é proibida de possuir uma família, regras do reino. Com essa proibição, o instinto maternal de algumas Agojie vem através da ajuda entre elas mesmas, sendo que o exército é possui diversas idades, sendo bem diversificado.

Dentro de um filme sobre a luta pelo povo, é possível observar de perto um drama existencial de Nanisca, que lembra de seu passado e precisa se desvencilhar dele para conseguir conquistar o cargo de Mulher-Rei, algo que não ocorre há muitos anos no reino. Vemos que Nanisca não faz suas escolhas almejando esse cargo, mas seu sucesso faz suas irmãs acreditarem que é possível sua general obter esse cargo.

Com a história se passando na África Ocidental, o calor do local faz com que o exército utilize roupas mais leves e que não os atrapalhe durante o combate. Mesmo assim, o figurino das Agojie não as hipersexualiza, o que algo notável. Durante as cenas de batalha, há planos bonitos nos quais existe um grande foco para as habilidades das amazonas. Com cenários naturais belos, a cinematografia só os realça ainda mais.

Esse filme, com sua temática, é algo mais do que necessário de se assistir nos dias atuais, pois apresenta uma visão sobre determinados acontecimentos dos anos 1820 sobre um povo anteriormente oprimido. Em A Mulher Rei temos a força, a dinâmica e a forma como as mulheres eram ouvidas para a tomada de futuras decisões. Um longa-metragem necessário, que merece ser assistido para conferir o trabalho de um elenco incrível na grande tela do cinema.

A Mulher Rei
The Woman King
2022
Gina Prince-Bythewood
Gina Prince-Bythewood e Dana Stevens
Sony Pictures

Nota: 5

Nota: 5

Tags: , ,
Amo música, cinema, artes visuais e cores. Gosto de descansar vendo filmes e, as vezes, isso acaba cansando também. Sou graduada de Cinema e Audiovisual.