Ingresso para o Paraíso: um convite a paisagens bonitas e atores conhecidos (crítica)
Nova comédia romântica de Julia Roberts e George Clooney tem paisagens exuberantes com roteiro comum
Publicado em 7 de setembro de 2022, por Vanessa Freitas • CríticasE se você estivesse em uma viagem paradisíaca em Bali, uma ilha da Indonésia, e conhecesse o suposto amor da sua vida? Você teria coragem de deixar sua carreira, sua casa e seu país para se entregar a essa aventura?
Ou ainda, se você descobrisse que alguém da sua família vai se casar em Bali com alguém que acabou de conhecer e, para isso, deixaria a carreira, a vida que conheceu e o país de origem, o que você faria?
De fato, esses não parecem dilemas cotidianos da maioria das pessoas que conhecemos. Mas ele é justamente a história de Ingresso para o Paraíso (Ticket To Paradise). De um lado acompanhamos os dois ex-maridos, Georgia (Julia Roberts) e David (George Clooney), em um dilema moral para impedir a filha, Lily (Kaitlyn Dever), de se casar com Gede (Maxime Bouttier), alguém que acabou de conhecer. Do outro lado, temos o casal apaixonado tentando se conectar com o mundo e convencer os pais a abençoar a união dos dois.
Um filme a partir da experiência, da visão de mundo e de cinema de Ol Parker, mesmo diretor de Mamma Mia! Here We Go Again, de 2018. Nesse sentido, os dois filmes trazer detalhes muito parecidos: atores carismáticos, paisagens encantadoras e uma história comum dentro do universo das narrativas. Nesse sentido, o peso do filme ancora-se em Julia Roberts e George Clooney, e na química que constroem juntos em cena. Os atores se encontram bem no papel, eles fornecem ao espectador boas cenas, boas piadas — sobretudo — sobre a vida a dois e as dificuldades do amor.
Nesse caminho, Ol Parker aposta o filme na beleza que coloca em frente às câmeras. Julia Roberts, por exemplo, tem várias cenas sorrindo, já que tem um dos sorrisos mais famosos de Hollywood. Esse sorriso — inclusive — é mencionado na diegese, diz respeito à dimensão ficcional de uma narrativa. Assim, vemos a Linda mulher mais madura, mas tão carismática quanto antes.

(Universal Pictures/Reprodução)
Sobre a narrativa em si, podemos esperar bons momentos, eles não são geniais, nada no filme é genial. Ele entrega aquilo que esperamos de comédias românticas. Vemos dois pais debatendo sobre uma decisão paternalista. Eles supostamente sabem o que é “melhor” para a própria filha, mesmo que ela seja uma mulher formada e crescida, ou que isso signifique ir contra os desejos dela própria. Esse debate, o que é comum de comédias românticas, vem com uma pequena lição de moral sobre a vida, sobre o significa amar ou crescer. Nesse sentido, Ingresso para o paraíso é feliz, dosa a moral com um bom desfecho.
Ainda sobre o enredo, parece-me que o filme tem medo de apostar mais no conflito familiar, nas diferenças culturais entre estadunidenses e Indonésios e na visão de mundo e de amor das duas culturas. O que, sinceramente, é bastante esperado em filme estadunidenses, já que o filme em questão se contenta com a forma e as paisagens, não exatamente com o drama ou o conteúdo.

(Universal Pictures/Reprodução)
Por fim, podemos apontar que o filme, para os amantes de uma boa peripécia e de história de amor, é sem dúvidas uma ótima estreia para o final de semana. Ele vai te dar vontade de largar o cotidiano e viver um amor em Bali, mesmo que por 1h44. Já os amantes de uma boa narrativa um pouco mais mistica e com seres mágicos, vão preferir o Era Uma Vez Um Gênio, novo longa George Miller, com Tilda Swinton e Idris Elba.

Nota: 3.5
