Portal Pop3

Lilo, Lilo, Crocodilo, novo filme com Shawn Mendes, diverte e encanta (Crítica)

Lilo, Lilo, Crocodilo tem gosto de Steven Spielberg e infância misturado com música e com aconchego.

Publicado em 26 de outubro de 2022, por Críticas

Lilo no sofá

Muitas vezes estamos perdidos na vida, seja pelas novas mudanças, seja pelos “nãos” que recebemos na busca pelo sucesso ou por algum objetivo. Lilo, Lilo, Crocodilo (Lyle, Lyle Crocodile, no original) traz personagens, justamente, nessa situação. Assim, encontramos Lilo, o crocodilo, (Shawn Mendes), Hector P. Valenti, um mágico e “pai” do Lilo, (Javier Bardem) e a família Primm (Constance Wu, Winslow Fegley e Scoot Mcnairy). Cada um da família tem uma dificuldade e precisa lidar com a incerteza que é a vida.

Diferente da forma como resolvemos nossas inseguranças, o filme traz a magia dos musicais: Lilo é um crocodilo que não fala, mas canta. Desse modo, a narrativa é costurada pelas músicas, a maioria interpretada por Shawn Mendes e por Javier Bardem. As composições falam de encontrar um caminho, um lugar, ter com quem contar e mais. Elas já estão — inclusive — disponíveis nas plataformas de streaming.

O filme acaba sendo divertido e, sinceramente, apaixonante. Ele consegue trazer a perspectiva da criança diante do mundo, ainda mais — no filme em questão — uma criança com síndrome do pânico e asma, como no caso de Josh, o filho da família Primm. Nesse viés, o longa nos lembra como é bom ter amigos, sonhos e família (mesmo que ela seja composta por um crocodilo cantor).

Sobre a narrativa em questão, ela é baseado na série de livros de Bernard Waber, Lyle, Lyle Crocodile. Ela parece não se ater tanto à curva emocional dos personagens. O contato com Lilo, como em um passe de mágica, é capaz de elevar essa curva sem escalonar os conflitos individuais. Apesar disso, ela é lenta, dá ao espectador o tempo do deleite, tornando-se muito mais do que uma narrativa enlatada com animaizinhos feito por CGI, cantores (e irritantes), como o live-action de Alvin e os esquilos, por exemplo.

(Sony Pictures/Reprodução)

Dessa forma, diferente de outras produções infantis, esta em questão aposta em uma drama fora do “bem” e do “mal”. O antagonista, Sr. Grumps (Brett Gelman), no fundo, é um vizinho chato, parecido com alguns que já encontrei. Já Hector P. Valenti, tutor do crocodilo, faz suas escolhas, em algum momento, por verdadeira necessidade. Os maiores antagonistas, assim, são os medos internos de cada personagem e a sensação de solidão e de incomunicabilidade.

Em cena, os atores entregam mais do que o esperado em um filme “infantil” — embora devêssemos fazer o melhor para as nossas crianças —. Eles ajudam, dessa forma, que Lilo seja mais que um CGI. O filme tem um saldo bastante positivo, pois ele pode encantar crianças e adultas. Vale a pena ser visto — em especial — por fãs de musicais.

(Sony Pictures/Reprodução)

Por fim, posso dizer que foi um investimento inteligente da Sony Motion Pictures. No entanto, se você não for muito fã de musical e preferir outro tipo de programa com a família, o Portal Pop 3 também aprovou o novo longa da DC, Adão Negro.

Lilo, Lilo, Crocodilo
Lyle, Lyle, Crocodile
2022
Will Speck & Josh Gordon
Will Davies
Sony Pictures Brasil

Nota: 4

Nota: 4

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Graduada em Cinema e em Letras, sou apaixonada pelas mais diversas linguagens. Além das Artes, do Cinema e da Literatura, tenho uma paixão secreta (ou não tão secreta) por bolos.