Matilda – O Musical: releitura do clássico encanta, mas não se compromete com expectativas criadas (Crítica)
O novo musical da Netflix é baseado na produção da Broadway e de West End, relembrando o filme de 1996
Publicado em 28 de dezembro de 2022, por Victoria Vischi • CríticasLançado pela Netflix em 25 de dezembro deste ano, ou seja, em pleno dia de Natal, Matilda – O Musical (Roald Dahl’s Matilda the Musical, no original) foi dirigido por Matthew Warchus, com roteiro de Dennis Kelly, baseado no livro de Roald Dahl, de 1988. O filme musical é estrelado por Alisha Weir como Matilda, Emma Thompson como Agatha Trunchbull, a temida diretora do colégio, e Lashana Lynch, como Miss Honey.
É uma daquelas produções que consiste na adaptação da adaptação da adaptação. Uma história clássica, que muitos conhecem de cor, mas que ainda não perdeu o encanto. A primeira adaptação, o filme de 1996, dirigido por Danny Devito, foi a responsável por trazer popularidade à história e garantiu seu lugar entre os clássicos.
Contudo, a primeira apresentação musical da história veio a acontecer apenas em 2010, com roteiro de Dennis Kelly, também responsável pela nova versão da Netflix, e músicas escritas pelo comediante Tim Minchin. A produção foi exibida na Broadway, recebeu prêmios Tony e Oliver, importantes para o teatro musical, e teve sua última exibição em 2017.
Agora, a adaptação musical para às telas, chegou à Netflix, levando uma nova experiência de assistir a narrativa, não limitada pela distância, para todo o mundo. É uma produção encantadora que apresenta a história da menina com super-poderes que adora ler a uma nova geração.
Não sou familiar com o musical da Broadway, portanto as únicas comparações que surgiram na minha cabeça enquanto assistia a nova versão foram as relacionadas com o filme de 1996. Não sei se foi pela nostalgia de ter crescido assistindo a essa versão, mas a Matilda clássica me parece mais simpática e senti falta do corte de cabelo com a franjinha, característica marcante da personagem na versão vivida por Mara Wilson.
Alisha Weir fez um bom trabalho na nova versão musical, no entanto, não pude deixar de sentir que ela ficou mais apagada no conjunto. De fato, o trabalho de Meesha Garbett, como Hortência (a garota da boina vermelha), e de Charlie Hodson-Prior, como Bruce Bogtrotter (o garoto do bolo de chocolate), me cativaram mais.
A cena protagonizada por Garbett e Hodson-Prior, performando a música “Revolting Children” é, para mim, o ponto ápice do filme, do qual já havíamos tido um vislumbre pelos teasers da produção. Nela, vemos as crianças da escola se revoltando contra o ambiente controlador e arbitrário em que são mantidos. Essa cena foi a responsável por fazer com que o musical viralizasse nas redes antes do seu lançamento e criou grandes expectativas em relação a produção.
O lançamento do filme foi incapaz de superar o sucesso desse único clipe. Ainda que a produção encante, muitas vezes me pareceu faltar algo que a tirasse do patamar de boa em direção ao maravilhoso. Ainda assim, Matilda – O Musical é uma boa opção para assistir em uma tarde preguiçosa de domingo, para revisitar a jornada de uma jovem garota genial em busca de uma família de verdade.
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Nota: 3.5
