Noite Infeliz: um conto sombrio de Natal recheado de violência gratuita (Crítica)
Noite Infeliz (Violent Night, no original) é um filme para assistir sem pensar muito. Tem muitos problemas sociais e de representação que se prestar atenção o filme é capaz de te perder. A trama é bem simples: Papai Noel (David Harbour) virou um homem amargo e que não vê sentido no natal. Uma criança rica, Trudy Lightstone (Leah Brandy), teve sua família sequestrada por um grupo de mercenários e o Papai Noel atende pedidos para salvar o dia da garotinha. No começo, ele não quer atender, mas como as renas o abandonam, ele ajuda mais para salvar a própria pele e acaba recuperando o espírito natalino.
O filme é divertido e, caso não fosse tão gráfico com a violência, facilmente passaria na Sessão da Tarde. Tommy Wirkola não escondeu a inspiração em Esqueceram de Mim (1990), existem várias armadilhas no filme que deixariam Kevin McCallister orgulhoso. Embora, Noite Infeliz não seja um filme para faixa etária de Kevin.
O visual do Papai Noel concebido na narrativa é uma mistura do que o público já viu em A Origem dos Guardiões (2012) e a série Vikings. Ele é tão inspirado no Santa Klaus desse primeiro que fica até mesmo difícil de não notar. A impressão que passa é que o filme em si não queria ser adulto ou maduro em nenhum momento.
Para além das referências a filmes para crianças e a evidente inspiração em um Papai Noel de animação infantil, Noite Infeliz é cheio de piadocas em um nível de quinta série. Isso, obviamente, não é demérito nenhum, mas deixa toda a violência apresentada bastante gratuita. Se há uma coisa em excesso aqui é violência gratuita e até preconceito com imigrantes, sobretudo por conta dos vilões estrangeiros. Todos eles eram russos ou latinos invejosos. E o líder dos malvados é interpretado por John Alberto Leguizamo, que só entra nesse tipo de filme para fazer vilão ou terrorista.
O maior problema da produção são esses estereótipos, mas, tirando isso de questão, o longa-metragem consegue ser divertido de se assistir. Não chega a ser inovador e não vai se tornar um clássico de Natal como Esqueceram de Mim, o que é triste, pois teria espaço para ser se não houvesse tanta violência apelativa desnecessária. A impressão pós-filme é de não pertencimento, pois não é um filme de horror, não é ação, não é comédia e ele não consegue se manter em nenhum lugar. Contudo, se ele estiver passando na TV, pode ser legal dar uma chance.
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Nota: 3
