Portal Pop3

Pânico presenteia fãs, respeita legado e prova fórmula atemporal (Crítica)

Com direção de Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett, Pânico 5 ainda tem o retorno de personagens clássicos à franquia

Publicado em 4 de março de 2022, por Críticas

A questão que envolve tudo isso: é possível escapar com genialidade pela quinta vez?

Regra nº 1: não prossiga nesse texto se ainda não assistiu o filme. Os spoilers podem matar mais que o Ghostface.

Quando uma franquia histórica anuncia um retorno, sempre há um estado de alerta. O famoso ame ou odeie fica com o stand-by ligado para qualquer nova informação, e os fãs – sejam eles fervorosos ou apenas admiradores – são os grandes responsáveis pelo sucesso ou pelo fiasco desses comebacks. Quando se tratam de sagas de terror, esse alerta se potencializa, e não seria diferente com o novo filme da saga “Pânico”, lançado mundialmente no dia 13 de janeiro, rodeado de muita expectativa e pouquíssimas informações concretas.

Mas a excelente notícia é: desliguem o alerta negativo, estourem suas pipocas e relaxem – mas nem tanto, o assassino ainda está por aí. A produção do quinto filme da franquia traz um roteiro fresco, intrigante e bem amarrado, com cenas de tirar o fôlego.

Com a clássica Woodsboro como pano de fundo, um novo capítulo se inicia mais de dez anos depois do último ataque maníaco, novamente inspirado nos massacres vividos por Sidney Prescott (Neve Campbell) e seus companheiros. A premissa é simples e conhecida, mas o destino da história é sempre uma surpresa. Talvez esse seja um dos principais fatores de sucesso de “Pânico”: a simplicidade e as reviravoltas.

Seguindo a tradição de um elenco jovem sendo perseguido pelo Ghostface, esse pode ser o ponto mais baixo desta produção: na minha perspectiva, a grande maioria dos atores desse núcleo deve em carisma e emoção, fazendo com que a intensidade dos ataques seja quase toda de responsabilidade do assassino. Mas nem tudo é perfeito. Porém, valorizem o elenco jovem de “Pânico 4”, por favor.

A direção afiada de Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett (responsáveis pelo ótimo ‘Casamento Sangrento’) dá o tom necessário para a produção, prendendo a audiência até nos momentos de alívio cômico. Uma salva de palmas aos roteiristas e idealizadores de todas as cenas de mortes, onde a criatividade, a surpresa e o choque foram superados de maneira evolutiva. Inclusive, ninguém poderia prever a morte de Dewey (afirmo isso pela reação chocada de todos os presentes no cinema).

Segredos do passado, relações inimagináveis com personagens anteriores e muitas, mas muuuitas referências da saga permeiam toda a produção, o que é um prato cheio aos grandes fãs. De forma geral, “Pânico” se sai muito bem, entregando coesão, tensão e uma violência desmedida, que choca até os mais aficionados por filmes slasher.

A fórmula é exatamente a mesma de todas as outras, mas o que difere essa nova adição à saga é justamente sua ousadia e sua capacidade brilhante de nos fazer esquecer que o último filme saiu há mais de uma década, provando por a + b a atemporalidade da franquia. Respeitando todos os anteriores e, acima de tudo, o eterno e inesquecível Wes Craven (que certamente se orgulharia do resultado), “Pânico” é uma das melhores surpresas da temporada. Chocante, absurdo, divertido e, acima de tudo, memorável.

Pânico
Scream
2022
Matt Bettinelli-Olpin, Tyler Gillett
James Vanderbilt, Guy Busick, Kevin Williamson
Paramount Pictures

Nota: 3.5

Nota: 3.5

Tags: , ,
Apaixonado por cultura pop, literatura, entretenimento e baboseiras úteis. Se Fernanda Young e Katy Perry tivessem tido um filho, seria eu.