X é um clássico instantâneo do terror com gore na medida certa (Crítica)
Aclamado pela crítica, o filme conta a história de um grupo de aspirantes a artistas e cineastas que apostam no universo erótico dos anos 70
Publicado em 3 de agosto de 2022, por João Schiavo • CríticasQue a A24 se tornou uma das produtoras queridinhas dos cinéfilos, isso não é novidade. Nos últimos anos, várias de suas produções se tornaram referência dentro do universo da sétima arte – de A Bruxa até Tudo em Todo o Lugar ao Mesmo Tempo, passando por Hereditário e dando uma espiada rápida em Midsommar, a produtora consolidou seu nome e traz sempre filmes que valem a pena assistir.
Uma de suas apostas neste ano, o terror slasher X (batizado no Brasil de X: A Marca da Morte) é impiedoso, sádico, sanguinário e magnífico. Um filme que une tudo que todos os fãs do gênero mais gostam, construído com toques maliciosos e necessários.

(A24/ Reprodução)
Um clichê banhado de sangue
Aclamado pela crítica, o filme conta a história de um grupo de aspirantes a artistas e cineastas, que apostam no universo erótico dos anos 70, em busca da realização de sua mais nova obra cinematográfica. Para filmar a próxima aventura, o grupo viaja de Houston para o subúrbio do Texas, hospedando-se em uma fazenda macabra desde a primeira impressão, com donos misteriosos.
Com essa premissa, desenvolve-se uma deliciosa produção permeada por muitos clichês, todos tão bem executados que nem incomodam. Por exemplo, é óbvio que ao cair a noite as coisas começam a dar muito errado para os jovens viajantes, e a aventura vira um pesadelo de tirar o fôlego – tanto das personagens quanto do público.
Estrelado por estrelado por Mia Goth (Ninfomaníaca: Volume 2), Jenny Ortega (Pânico), Martin Henderson (Grey’s Anatomy), Kid Cudi (Não Olhe Para Cima) e Brittany Snow (A Escolha Perfeita), o filme consegue prender com uma mistura de repulsa e impacto na mesma medida. Mortes criativas, bizarras, assustadoras e sem nenhum pudor explodem na tela durante os 105 minutos de duração.
Diferente do choque pelo choque, plot de muitos terrores, X conquista a audiência pela construção inteligente e relativamente simples. A sutileza agressiva, contraponto que só é percebido ao assistir a produção, faz com que tudo passe voando. Quando você respira, o filme acaba, e com ele vão todas as sua convicções sobre o que é terror.
Digo isso pois X, ao meu ver, inaugura uma nova forma de ver, produzir e criticar terror. É inovador e revolucionário? Não. Mas consegue, de maneira fenomenal, unir elementos sobrenaturais, mortes angustiantes, cenas explícitas com sexo e sangue e pouquíssimos apontamentos de melhora. Com direção e roteiro sob os cuidados de Ti West, o filme se torna uma obra-prima instantânea pelo trabalho bem executado de toda a equipe.

(A24/Reprodução)

Nota: 5
