A Pequena Sereia: novo live-action da Disney traz novidades e boas músicas (Crítica)

A história de A Pequena Sereia todos acabam conhecendo. O filme da Disney de 1989 é baseado no conto de fadas de mesmo nome do escritor dinamarquês Hans Christian Andersen. A história segue a vida de Ariel, uma jovem sereia que sonha em se tornar humana e viver na superfície. Assim, temos um filme sobre amor, sacrifício e aceitação. Algumas pessoas ainda dirão que se trata de um filme sobre a busca da própria identidade. Essa critica que vós fala, no entanto, não acredita nisso pensando o filme de 1989. 

Nesse viés, a minha principal preocupação ao escalarem a atriz e cantora Halle Bailey, uma mulher negra, para viver a sereia que se muda por inteiro e ainda perde sua voz, não só, mas também em nome do amor romântico, pareceu-me, inicialmente, um desfavor. Afinal, os personagens que colocamos em tela diz muito sobre nós e sobre a nossa sociedade. Felizmente, a adaptação é interessante. Halle Bailey está deslumbrante e sua personagem cheia de vida e vontades próprias. Para os fãs do filme clássico, ela traz as músicas mais conhecidas com belos números musicais: como “Under the Sea” e “Part of Your World”. Além disso, a estrutura da narrativa é a mesma, com os detalhes que encantam os fãs.

Para os amantes de coisas novas e atualizações das histórias — como eu — o filme também é feliz, com novas músicas e números, por exemplo, a “Wild Uncharted Waters”, interpretada por Jonah Hauer-King, o príncipe Eric. Ademais, o filme toma cuidado ao trazer toda a família de Ariel, bem como o conflito que ela tem com seu pai como parte de sua busca e crescimento pessoal. 

(Disney/Reprodução)

Assim, o novo filme de Rob Marshall — dançarino e coreógrafo na Broadway, diretor de Chicago (2002) e Mary Poppins Returns” (2018) —, traz um elenco de peso, incluindo nomes como Javier Bardem, ator em Onde os Fracos Não Têm Vez (2007) e Biutiful (2010), como rei Tritão, o pai de Ariel; Melissa McCarthy, de As Caça-Fantasmas (2016) e Poderia Me Perdoar? (2018), como a temível e cruel Úrsula; e Jonah Hauer-King, como já dito, como príncipe Eric. Os personagens, assim, são mais profundos, mais “egoístas”, ou melhor, mais humanos. Ariel não se apaixona por um príncipe de conto de fadas, mas, sim, por um homem tão perdido e tão cheio de dúvidas quanto ela, o que — sem dúvidas — dialoga mais com os nossos dias.

Além da profundida dos personagens, o filme é ambientado na América Latina — mesmo tendo sido gravado em sua maioria na Itália. O príncipe Eric chega a citar o Brasil, a Colômbia e outro país ao compartilhar suas ambições de conhecer o mundo para Ariel. Esse fato dá ao filme uma leveza de cenários. 

Quanto a construção do mundo, a vida no mar preenche mais as vitas do espectador, é possível especular que a Disney usou a maioria do orçamento nesses detalhes, embora já tenhamos vistos oceanos mais bonitos, vide Avatar: caminho das águas (2023). Por isso, a vida na terra é mais simples, os figurinos são bastante leves, bonitos e mais informais em comparação com a animação. Entretanto, fiquei com a impressão que faltou um pouco mais de cuidado com a caracterização dos personagens, visto que a Disney já fez outros live-actions mais ostensivos. Não diferente disso, a maquiagem de Úrsula tem recebido inúmeras críticas no twitter. 

(Disney/Reprodução)

Posto tudo isso, se você é fã da Disney de carteirinha, vai aproveitar o filme sem dúvidas. Se você, assim como eu, estava preocupada com uma possível catástrofe, vá ao cinema sem medo: o filme entretém, resgata a magia dos musicais e, como já citado, atualiza alguns detalhes da animação original. Para você, não fã da Disney, o Portal Pop3 também foi ao cinema acompanhar outras estreias: Velozes e Furiosos 10, novo sucesso da franquia com Vin Diesel, ou ainda, um novo sucesso com Celine Dion, O Amor Mandou Mensagem.

A Pequena Sereia

The Little Mermaid

2023

Rob Marshall

David Magee

Disney

Nota: 3