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Batem à Porta é o novo filme de M. Night Shyamalan com temática apocalíptica (Crítica)

Batem à Porta é uma adaptação do livro de Paul Tremblay com Jonathan Groff e Rupert Grint no elenco

Publicado em 2 de fevereiro de 2023, por Críticas

Há inúmeros filmes com temática apocalíptica, por isso os enredos, às vezes, podem se parecer. É o que acontece em Batem à Porta (Knock at the Cabin, no original), cuja história inicial lembra muito Rua Cloverfield, 10 (2016), no qual a protagonista é sequestrada e mantida em cativeiro pelo seu sequestrador com a justificativa de que aquilo salvaria sua vida.

No filme de M. Night Shyamalan, contudo, a história se desenrola de uma maneira um pouco diferente, mas seu princípio é o mesmo. Os sequestradores, Leonard (Dave Bautista), Sabrina (Nikki Amuka-Bird), Adriane (Abby Quin) e Redmond (Rupert Grint) entram na casa onde Eric (Jonathan Groff, Mindhunter), Andrew (Ben Aldridge) e Wen (Kristen Cui) na justificativa de que somente eles três poderiam salvar o planeta do apocalipse. E que nenhum dos três poderiam fugir da cabana onde estavam.

Depois de acalmarem a família que estava hospedada na cabana para curtir as férias afastadas da cidade, os quatros sequestradores se apresentam e explicam o porquê deles estarem lá. Na justificativa de que os quatro tiveram visões sobre o futuro o qual nele estavam vendo o fim do mundo. Essas visões mostravam quatro desastres diferentes para o mundo, para isso não acontecer, essa família que estava na cabana teria que se sacrificar para salvar o resto da humanidade.

Até então, a história tinha um que bastante existencialista que acontece bastante de você sacrificaria tal coisa ou alguém em prol de salvar inúmeras pessoas? Essa era uma pergunta, nas entrelinhas, que esses quatros estranhos faziam para essa família. Porém, eles tinham um tempo para pensar e responder. Com a demora para responder, praticamente um não, Redmond coloca uma touca branca, sem furos para os olhos, nariz e boca, no rosto e os outros três o matam. Assim que retiram o corpo de onde estava, ligam a televisão para ver que praga iria acontecer com sua morte. Mesmo assim, Andrew continua irredutível achando que aquilo é loucura daqueles quatros estranhos e Eric fica um pouco mexido com tudo aquilo que estava acontecendo ali pessoalmente e com que estava vendo no noticiário.

Para quem conhece histórias bíblicas, irá perceber facilmente a história e entender que os quatros estranhos são os cavalheiros do apocalipse, antes mesmo do filme falar sobre isso. Com isso, o filme fica um pouco repetitivo e sem surpresas e redundante quando explicam quem são eles. Apesar de que, no filme, a explicação para os quatros e o que representam seja um pouco diferente da temática bíblica e as pragas as quais eles trazem a humanidade. Mas, por isso, a Bíblia não deixa de ser uma referência.

Por ser um filme do Shyamalan, temos muitos close ups, enquadramento qual o diretor gosta e é recorrente em seus filmes, parece ser usado um pouco demais aqui. O filme é passado, praticamente, inteiramente, dentro da cabana onde estão as sete pessoas o tempo inteiro, talvez se desse para ver a reação dos outros enquanto um falava, poderia ter trazido um pouco mais de tensão para o filme. Algo que faltou, não pela atuação, mas sim diálogo, pois Jonathan Groff, Ben Aldridge e principalmente Kristen Cui estavam atuando muito bem para quem foi pego desprevenido e com um fardo tão grande para pensar sobre. 

Além disso, os flashbacks que contavam sobre o passado do casal gay que não eram aceitos pelos pais de Andrew não tinha muita relação com a história com que estava acontecendo. E alguns desses flashbacks entregaram muito sobre o desenrolar da história não deixando que houvesse uma surpresa aos acontecimentos. Por se contar de um filme de terror, a surpresa é algo que traz uma melhora ao enredo, se o próprio enredo deixar o final ser descoberto o filme fica sem graça. Sem contar o fato, já aqui comentado, sobre perceber que os estranhos são os cavalheiros do apocalipse e entender as futuras cenas, não tem porquê assistir ao filme.

Batem à Porta
Knock at the Cabin
2023
M. Night Shyamalan
M. Night Shyamalan, Steve Desmond e Michael Sherman
Universal Pictures

Nota: 2.5

Nota: 2.5

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Amo música, cinema, artes visuais e cores. Gosto de descansar vendo filmes e, as vezes, isso acaba cansando também. Sou graduada de Cinema e Audiovisual.