Desejo Proibido é o novo romance erótico do diretor Tomasz Mandes (Crítica)
Desejo Proibido consiste em um drama erótico pouco profundo e com efeitos de filmagem que tentam trazer o espectador para dentro do romance
Publicado em 5 de abril de 2023, por Amanda Bonfim • Críticas
Tomasz Mandes é conhecido pela polêmica trilogia 365 Dias, da Netflix, e a temática erótica também está presente no seu novo filme: Desejo Proibido — que não tem a ver com a novela da globo e muito menos um sequestro para que o romance possa começar. O longa-metragem conta a história de Olga (Magdalena Boczarska), uma juíza, que acaba tendo um relacionamento com Max (Simone Susinna), uma das testemunhas de um de seus casos. É disso que vem o título do filme, pois trata-se de uma relação que não deveria acontecer, pois não há mais imparcialidade dela para julgar o caso. Mesmo sabendo disso, Olga se vê apaixonada por Max e não luta contra, pois Olga é viúva e não se relaciona com ninguém desde a morte de seu marido.
Por se tratar de um romance erótico, não há muitas falas entre o par romântico, porém Mandesz consegue trazer a química do casal por meio da troca de olhares entre os atores, enquadramentos e posicionamentos de câmera. Essa questão visual é muito bem feita, pois a tensão sexual se constrói de uma forma muito inteligente e gostosa de ver.
A reputação do diretor de conteúdo polêmico continua aqui com alguns enquadramentos que você se pergunta se realmente seriam necessários, sobretudo durante as relações do casal, que possuem alguns close-ups muito desnecessários. É apenas uma exposição que parece que o diretor está tentando ultrapassar o limiar entre erótico e pornográfico. Além disso, não tem uma justificativa estética plausível para isso fora tentar ser algo desnecessário. Ao mesmo tempo, o cineasta tenta trazer uma estética mais conceitual para o filme usando o efeito caleidoscópio, no qual essa escolha de enquadramento infeliz aliada ao efeito consegue ser maquiada, pois acaba desfocando alguns pontos. Nesse sentido, até mesmo quando esse efeito era utilizado para acentuar o momento romântico entre os dois se tornava mais aceitável.
É preciso destacar também que o roteiro do filme não é dos melhores e acaba sendo um ponto fraco no desenvolvimento narrativo, apesar de possui reviravoltas interessantes que ajudam o espectador a ficar entretido com a trama. A atuação do elenco é boa, Magdalena e Simoni têm boa química em cena e também trazem performances convincentes, fazendo o espectador comprar o evidente desejo proibido do casal.
Assim, se deslocar aos cinemas para assistir a esse filme é a oportunidade perfeita para conhecer um pouquinho do cinema realizado na polônia, algo que dificilmente ocorre em boa parte dos multiplex. Apesar desse detalhe, várias línguas são percebidas ao longo da projeção, como o italiano e o inglês. Isso também pode ser um traço do diretor, já que em 365 Dias também vemos vários idiomas sendo falados durante o filme. Se você achou interessante, não há porque não prestigiar a produção na grande tela!
Nota: 2.5
