Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes faz jus ao clássico RPG (Crítica)
Com veteranos de Hollywood, o novo longa de Johh Francis Daley e Jonathan Goldstein, diverte, entretém e cumprem pautas sociais sem ser panfletário
Publicado em 10 de abril de 2023, por Vanessa Freitas • CríticasO filme Dungeons & Dragons: Honra Entre Rebeldes, lançado nos cinemas nesta semana, vem da adaptação do jogo homônimo: Dungeons & Dragons (Masmorras e Dragões, em uma tradução livre). Ele se configura como um jogo de RPG (Role-playing Game ou Jogo de Interpretação de Personagens) de mesa, publicado pela primeira vez em 1974 por Gary Gygax e Dave Arneson. Pelos fãs, é considerado um dos RPGs mais icônicos e influentes e possui uma grande comunidade de jogadores. O que não torna a adaptação tão fácil vide o filme live-action de 2000, não tão bem recebido pelos fãs.
A dinâmica do jogo se estende de alguma maneira para o longa-metragem. Em D&D, os jogadores criam personagens que embarcam em aventuras em um mundo de fantasia, guiados por um Mestre de Jogo (DM, na sigla em inglês) que atua como o contador de histórias e o árbitro do jogo. No filme, essa mistura de espécies e grupos é interpretada por Chris Pine, o bardo Edgin, Michelle Rodriguez, a bárbara Holga, que depois de um plano mal sucedido precisam salvar a pequena Kira (Chloe Coleman) das garras dos astutos Forge (Hugh Grant) e a poderosa feiticeira Safina (Daisy Head). Para tal, os dois foras da lei, Edgin e Holga, precisam de reforços, juntando ao time: a druidesa Doric (Sophia Lillis), o mago Sinom (Justice Smith) e o poderoso paladino Xenk (Regé-Jean Page).
O filme não consegue, no entanto, trazer todas as classes e raças de personagens presentes no jogo. Isso, no entanto, espero que se aprofunde a cada novo filme da franquia. É preciso destacar que não seria possível ver todas as raças do RPG em um único longa-metragem por serem muitas. No universo do jogo, pode-se encontrar: Humano; Elfos; Anão; Halfling; Orc; Gnomo; Tiefling e Dragão-ancestral. Esse não é um motivo para manter os fãs do jogo longe do filme.

(Paramount Pictures/Reprodução)
Com esse elenco de peso, o filme consegue trazer diversidade, representatividade e igualdade de gênero sem que isso seja uma pauta da narrativa, ou ainda, sem que isso se torne panfletário. É muito comum que filmes de aventura e fantasia se escondam atrás de clichês de gênero e raciais. Isso, no entanto, não acontece com Dungeons & Dragons. Fazia muito tempo que eu não via um filme de aventura tão divertido. Há momentos em que ele abusa da trilha sonora e acaba remetendo ao sucesso da Marvel, Guardiões da Galáxias, mas com muitas diferenças de elenco e roteiro.
Além disso, é possível notar também um esforço do roteiristas Chris McKay e Michael Gilio em fazer com que o universo da narrativa seja caro e aproveitado também por quem nunca jogou RPG. Somos levados a viajar por todo o continente e mergulhar em paisagens exuberantes e fantasiosas.

(Paramount Pictures/Reprodução)
Por fim, o filme traz uma leveza narrativa. Assim, se os fãs esperam ver a rica mitologia e os elementos de jogabilidade do RPG, eles não ficarão decepcionados. O filme convence mesmo sendo um pouco longo. Mas se você não gosta de fantasia, fica também a opção de acompanhar nos cinemas O Urso do Pó Branco, de Elizabeth Banks, ou ainda, A Primeira Comunhão, novo longa de terror espanhol.

Nota: 3.5
