O Urso do Pó Branco: Elizabeth Banks acerta na direção de uma história inusitada (Crítica)
O Urso do Pó Branco é baseado em fatos reais, mas os eventos não aconteceram, é um suposição do que poderia ter acontecido os fatos e isso é o que deia o filme mais inusitado ainda
Publicado em 27 de março de 2023, por Amanda Bonfim • CríticasCom certeza, o enredo de O Urso do Pó Branco (Cocaine Bear, no original) é o mais inusitado dos últimos tempos, até mesmo do que multiversos, pois essa questão consiste em uma história inventada. Diferente disso, o filme é baseado em fatos e, devido a isso, em alguns momentos são usadas imagens de arquivo para trazer essa veracidade para uma história muito bizarra.
O longa-metragem conta a história de um traficante que acaba jogando quilos de cocaína em uma floresta porque o avião estava sobrecarregado. Depois disso, Andrew Thornton (Matthew Rhys) morre, pois seu paraquedas não abre e Syd (Ray Liotta) manda seus capangas atrás da mercadoria que foi perdida, pois, o que Andrew fez, já era um código caso o avião não suportasse a carga. Então, Eddie (Alden Ehrenreich) e Daveed (O’Sheas Jackson Jr.) vão procurar essa mercadoria. No meio dessa história, Dee Dee (Brooklyn Prince) e Henry (Christian Convery) também vão até a floresta para curtir uma cachoeira. E todos são surpreendidos pelo urso-pardo que está fora de si, pois consumiu uma grande quantidade da cocaína perdida.
Algo que sempre acabou surpreendendo é que o urso que estava atacando era um urso-negro que, diferente do urso pardo, não é tão perigoso em relação a ataques. Até perceberem que o urso estava drogado e atrás de mais cocaína, algumas pessoas acabaram atacadas e mortas. Nesse sentido, vale destacar que, na história real, o urso, ao ingerir a cocaína, acabou morrendo quase instantaneamente, o que acontece de forma diferente do filme. Isso não é falado, mas sobre a relação homem-urso pardo/negro é relatado no filme para se entender a confusão em relação a tudo.
A história é tão maluca que Elizabeth Banks, famosa por também dirigir As Panteras (2019) e atuar na franquia Jogos Vorazes, abraça isso e não tem medo de trazer um estranhamento ao espectador. O que é algo bom, pois, com essa trama, Banks parece não levar as circunstâncias tão a sério e querer fazer um filme panfletário em relação a drogas. Essa forma de dirigir traz um humor muito bom para o filme e, por isso, um bom divertimento para quem está assistindo. Isso é refletido também devido ao roteiro escrito, pois as piadas são muito boas e inusitadas; outro ponto positivo para o filme. Não é um super filme e não tem a pretensão de ser um. E é isso que o faz ser muito bom.
Todo o elenco possui uma atuação muito boa, pois pegar um roteiro doido e conseguir atuar seriamente para o público se divertir e rir quando tem a piada ou porque é uma situação tão estranha que a reação do espectador é rir. É algo incrivelmente bem. Os efeitos visuais foram feitos muito bem também, pois fazer as expressões faciais de um urso quando ele está se coçando ou farejando cocaína é algo muito criativo e, provavelmente, algo que nunca iremos ver dessa forma.
A caracterização de figurino e cenários está muito bem feita para criar o cenário dos anos 1980 sem trazer os clichês de roupas da época. Até a caracterização do cabelo de Jesse Tyler Ferguson está muito bem feita, é um cabelo esranho, mas que tem um volume característico da época. É um filme que, ao não se levar tão a sério, acerta muito bem em tudo. E, devido a isso, é um filme muito bom. Elizabeth Banks tem uma direção ousada e primorosa e acerta em cheio em todas as sequências propostas.

Nota: 4
