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Oferenda ao Demônio: sem impressionar, filme chega aos cinemas brasileiros com trama básica e esquecível (Crítica)

Mais cansativo que assustador, novo terror traz história rasa e sem carisma, desperdiçando a chance de inovar.

Publicado em 12 de fevereiro de 2023, por Críticas

Muito tempo depois do lançamento nos Estados Unidos, o longa de terror Oferenda ao Demônio (The Offering, no original), do diretor Oliver Park, chegou aos cinemas nacionais. Com um pôster e um trailer que prometiam um terror fresco e interessante, a produção derrapa no mais do mesmo e não impressiona os fãs do gênero.

A premissa do filme consiste em uma fórmula já conhecida dos filmes de terror: uma família que, em meio à tentativa de se reencontrar, passa a ser assombrada por espíritos malignos. Se pudesse ser mais clichê, a personagem principal se chamaria Regan, mas no caso, é Arthur (Nick Blood), um rapaz que volta à casa do pai, dono de uma funerária, na intenção de convencê-lo a vender o bem. Com a ideia da venda, ele busca dinheiro para ajudar a sanar os custos da fertilização da esposa, Claire (Emily Wiseman). Fertilização, família, possessão… Olha O Bebê de Rosemary aí, gente!

Só que o inimaginável (será?) acontece, e o rapaz encontra uma entidade demoníaca que confunde as vítimas e se apossa dos corpos já mortos, provocando ilusões e picos de insanidade. O demônio em questão tem uma origem vinda de uma tradição judaica ortodoxa, com o filme todo acontecendo exatamente neste cenário, talvez o ponto alto do roteiro, que não falha nesse aspecto para explicar sem superficialidade a origem do problema.

A falta de surpresas e os elementos batidos tornam o filme só mais uma história de possessão. (Paris Filmes/Reprodução)

Uma das críticas mais duras que o filme merece é a falta de desenvolvimento e o excesso de diálogos longos que não levam a lugar algum. É muito tempo perdido em situações que garantem um jump scare ou outro, mas não mergulham em nenhuma trama cativante.

Oliver Park também peca ao dirigir mal cenas que poderiam impactar, como as caminhadas dos personagens pela casa e a descoberta de que algo está errado – infelizmente, perdemos a oportunidade de ver uma história mais aprofundada.

Apesar de trazer como pano de fundo a riquíssima cultura judaica, que poderia por si só despertar interesse e criar uma história absurdamente forte, as escolhas da produção, dos roteiristas e, principalmente da direção, são óbvias e só surpreende quem nunca assistiu um filme do gênero (ou algum episódio da série Sobrenatural).

Genuinamente, a produção fica no raso o tempo todo. Nem as escolhas de base teórica para explicar a trama sustentam a falta de originalidade do longa, o que é mais triste do que decepcionante, pois se torna uma chance desperdiçada.

Torçamos para que o diretor vá de encontro com uma linguagem sua no futuro, que faça com que s gente queira ver mais e mais de suas criações. Infelizmente, ainda não é o caso. E no ensejo do terror 2023, ninguém ainda destronou a querida M3GAN. Ghostface chega em pouco menos de um mês, será que para coroar o gênero neste ano? Depois de um 2022 tão rico e cheio de produções fantásticas, esperamos que o terror nos entregue mais em 2023. Pelo menos, mais do que o que recebemos até então.

Oferenda ao Demônio
The Offering
2023
Oliver Park
Hank Hoffman e Jonathan Yunger
Paris Filmes

Nota: 1,5

Nota: 1,5

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