Pânico VI faz boa homenagem à franquia (Crítica SEM SPOILERS)
Pânico VI, diferente do que os diretores disseram, não se destaca em relação aos outros filmes da sequência, porém não desaponta em sua história
Publicado em 9 de março de 2023, por Amanda Bonfim • Críticas
Dessa vez, os diretores Matt Bettinelli-Olpin e Tyler Gillett não fazem um tributo a Wes Craven em Pânico VI, que acaba de chegar aos cinemas brasileiros. Porém, a dupla não deixa de seguir um certo tipo de fórmula já utilizado pelos outros filmes da franquia. Como é possível ver no trailer, há um santuário para todos os Ghostfaces que já existiram. E, ao longo do filme, essas máscaras são utilizadas em alguns momentos — é por isso que há uma máscara bastante desgastada no trailer.
Como o vídeo também mostra, o Ghostface segue Sam (Melissa Barrera) e Tara (Jenna Ortega) até a Big Apple, como também é chamada Nova York. Como todo início de filme, neste aqui já temos uma morte com muita relação ao ambiente, mas não necessariamente tem a ver com a Sam. É o que acontece: Laura (Samara Weaving), uma professora de cinema na Universidade que Tara quer entrar. Assim é que se dá início aos assassinatos. Tara chega a ficar em negação, mas, como Sam conta a seu terapeuta, ela está em negação sobre tudo o que aconteceu em Woodsboro.
O filme continua fazendo diálogos com o próprio subgênero slasher e também com o terror. Inclusive, Jason (Tony Revolori) faz comentário a um trabalho dele sobre o Giallo, como ficou conhecido o terror italiano, enquanto está usando uma camiseta de uma filme de Dario Argento. Mindy, em dado momento, o descreve como o estudante que era obsecado por Argento. Os diretores falaram sobre esse Ghostface ser mais sombrio que os outros, dessa vez o Ghostface, além de usar a faca, utiliza qualquer arma que esta a seu alcance.
A volta de Kirby (Hatden Panettiere) com um papel importante para o desenvolvimento do filme, com a mesma característica de cinéfila que já tinha. Até tem um diálogo com Mindy, em um tipo de competição para saber quem é mais cinéfila das duas. Gale, como sempre, tem sua relação de amor-ódio com a protagonista sobrevivente, algo que com Sam não deixa de ser diferente, já que também escreve um livro sobre o que aconteceu com as duas em Woodsboro e faz piada que seu livro não deve virar um filme e sim uma minissérie de true crime, tendo em vista que é o que está em alta no momento.
Apesar das promessas, o filme não tem uma estrutura e desenvolvimento muito diferente dos outros longas da franquia. No entanto, isso não é algo ruim, pois, trata-se de uma grande franquia e essa repetição de acontecimentos e coincidências é até mesmo esperada pelos fãs. Nesse sentido, todos esses elementos é que faz Pânico ser Pânico, pois essas próprias repetições viram piada metalinguística. Para o Ghostface não se destacar, a solução foi fazer os acontecimentos dos filmes serem próximos da data do Haloween, o que deixa mais oportunidades para a metalinguagem. Samara Weaving estrela o filme Casamento Sangrento (2019), no qual há uma mulher utilizando um vestido de noiva de renda com uma faixa de balas de metralhadora como a atriz faz no pôster do filme.
Devido a conversa que o Quarteto Top, como Chad (Mason Gooding) chama eles, teve com Dewey (David Arquette) eles estão muito mais ligados em quem pode ser o Ghostface dessa vez. E Mindy, acaba tendo esse papel no filme, justamente de ficar analisando as possibilidades dentro do elenco de quem poderia ser o Ghostface. Apesar de Neve Campbell não estar na produção, sua personagem, Sidney, não deixa de ser citada durante o roteiro. E como todo filme da franquia Pânico, esse também vale a pena a ser assistido, podendo ser bastante aclamado por seus fãs.
Nota: 4
