Os Melhores do Ano: equipe do Portal Pop3 se reúne para falar sobre os destaques de 2022
O ano de 2022 já terminou, mas nós do Portal Pop3 iremos comentar quais foram os Melhores do Ano na opinião da equipe
Publicado em 5 de janeiro de 2023, por Matheus Rocha • Melhores do Ano2022 foi um ótimo ano para a cultura pop. Após dois longos anos, a indústria do entretenimento parece estar finalmente voltando ao seu ritmo pré-pandêmico. As pessoas voltaram ao cinema, o que resultou no lançamento de grandes obras visuais que haviam sido adiadas ou reagendadas.
No mundo da música, muitos artistas aproveitaram o momento para fazer os seus aguardados retornos, enquanto artistas novos também ganharam seu espaço e reconhecimento. A seguir você confere as músicas, álbuns, filmes e séries que mais chamaram atenção da equipe do Portal Pop3 nesse ano que se encerrou.
Melhores Músicas
“American Teenager”, de Ethel Cain – Por Lucas Ricci
Em “American Teenager”, single de seu primeiro álbum Preacher’s Daughter, Ethel narra a história de uma adolescência nos Estados Unidos sem a romantização. Invés disso, Ethel faz críticas a guerra e a frustrada ideia do sonho americano. Com uma guitarra hipnotizante, mistura de bateria com sintetizadores e vocais imaculados, a cantora dá vida a uma canção extasiante enquanto se projeta para ser uma das grandes vozes do Indie Rock.
“Noah (Stand Still)”, de Noah Cyrus – Por João Schiavo
Escrita pela própria cantora, a música relata o episódio de tentativa de suicídio da artista e o grave quadro de depressão e ansiedade sofrido por ela durante a pandemia. Lírica e forte, a produção ganhou versão acústica e é destaque no disco de estreia de Noah.
“The Walk Home”, de Young the Giant – Por Matheus Benjamin
Sem dúvidas, a Young the Giant surpreendeu seus fãs neste ano com um trabalho esteticamente mais inspirado e uma sonoridade emocionante. “The Walk Home” é uma música melancólica e profunda, que fala sobre a solidão e sobre a efemeridade da vida. Apesar de ter gostado muito de outras canções do intitulado American Bollywood, destaco esse single como meu favorito do ano.
“Choreomania”, de Florence + The Machine – Por Victoria Vischi
Inspirada na Epidemia da Dança ou Praga Dançante de 1518, que também deu origem ao título do álbum do qual faz parte — Dance Fever —, Choreomania é uma música contagiante que parece convidar a dançar até a morte. Como muitos dos trabalhos da artista Florence Welch, a música carrega uma energia mítica envolvente de espiritualidade e catarse para pessoas não religiosas.
Melhores Álbuns
PAINLESS, de Nilüfer Yanya – Por Lucas Ricci

ATO Records/Reprodução
Em PAINLESS, Nilüfer escolha falar sobre o lado doloroso do amor, explorando sentimentos de solidão, abandono, rejeição e desconexão. A cantora aposta na simplicidade para ser intimista e nas particularidades para ser grandiosa. A ótima produção aparece aqui como um guia para as composições que tem seu impacto amplificados por uma linda performance vocal. Ouvir PAINLESS é como jogar sal em uma ferida, doí no começo, apensas para ajudar na cicatrização depois.
The Hardest Part, de Noah Cyrus – Por João Schiavo

Columbia Records/Reprodução
Aclamado álbum de estreia da irmã de Miley Cyrus traz uma pegada folk pop com toques de country moderno , em faixas que expressam sentimentos puros e intensos. Drogas, vício, depressão, família e amores interrompidos são panos de fundo do trabalho.
American Bollywood, de Young the Giant – Por Matheus Benjamin

AWAL Recordings/Reprodução
Conforme citado anteriormente, neste ano, a Young the Giant contemplou os fãs com um novo lançamento. Fazia quatro anos que o grupo tinha lançado Mirror Master, seu álbum anterior, e, nesse sentido, é preciso destacar que os dois projetos são um tanto quanto antagônicos em estilos musicais. Enquanto Mirror Master tem uma pegada mais pop e com letras com temáticas variadas, é possível argumentar que American Bollywood retorna ao rock com histórias contagiantes, saudosismos e epifanias. Um grande acerto do ano!
Coping Mechanism, de WILLOW – Por Matheus Benjamin

MSFTS Music/Reprodução
Não consegui me decidir entre Willow e Young the Giant, por isso, decidi destacar os meus dois álbuns preferidos de 2022. Também de forma surpreendente, essa artista de apenas 22 anos apresentou novas faixas com muito mais transgressão e melodias intensas. Se o belíssimo Lately I Feel Everything já era motivo suficiente para que todos começassem a escutá-la, com Coping Mechanism temos ainda mais força dessa artista.
Being Funny in a Foreign Language, de The 1975 – Por Victoria Vischi

Dirty Hit/Reprodução
Como diz o slogan de sua atual turnê, “The 1975 At Their Very Best” (No seu melhor). Como fã que acompanha a carreira da banda há anos, é difícil afirmar que esse é o melhor trabalho do grupo, mas talvez seja. The 1975 é uma das bandas que melhor retrata a nossa geração, as angústias de viver em sociedade, sem soar forçado ou negativamente caricato. Being Funny in a Foreign Language consegue ser político sem perder a capacidade de compartilhar espaço com canções de amor, sem deixar de ser simples.
Melhores Videoclipes
“Três“, de IZA e Sassi – Por Vanessa Freitas
Três consiste em uma trilogia de videoclipes de IZA e Sassi. A música, no entanto, chama-se “Mó paz”, da Iza feat Ivandro. Com a narrativa em trânsito, dentro do metrô, encontramos a personagem de Iza diante do amor por um dançarino urbano. Por se passar em um espaço restrito, a direção de arte e os movimentos de câmera precisam se criativos. Vivenciamos, assim, as situações corriqueiras de um casal, todas interpretadas no metrô.
“Beautiful (2022 version)”, de Christina Aguilera – Por João Schiavo
Revivendo o clássico de 2002, Xtina lançou uma versão moderna e recheada de críticas sociais pertinentes aos dias de hoje, provando que a canção e seu talento são atemporais.
“The News”, de Paramore – Por Matheus Benjamin
Quando o Paramore anunciou seu tão aguardado comeback, muitos de seus fãs ficaram ansiosos pelo que viria por aí. Obviamente, “This Is Why” não decepcionou, mas, na minha visão a canção não possui tanta cara de single. Contudo, “The News” consegue cumprir esse papel com grande êxito ainda entregando um dos melhores videoclipes do ano. Hayley Williams tinha apenas uma câmera, um espaço para ser preenchido e muita criatividade. Brincadeiras à parte, incluindo as referências à Caminho das Índias, a obra audiovisual consegue cativar e combinar com a música em inúmeras interpretações potentes.
“I’m In Love With You”, de The 1975 – Por Victoria Vischi
Eu tentei não dar outra categoria de melhor do ano para eles, porque eu não gosto de exaltar o trabalho do Matty Healy demais, ele já é pretensioso sem receber elogios. No entanto, o vídeo de “I’m In Love With You” é o meu favorito do ano. Construído como uma continuação do clipe de “A Change of Heart”, do segundo álbum da banda — I Like It When You Sleep, For You Are So Beautiful Yet So Unaware of It — e a participação especial da Phoebe Bridgers, a produção é uma obra de arte. Com o visual preto e branco e dirigido por Samuel Bradley, o clipe traz um visual inspirado em Buster Keaton e Fellini para o que é uma das canções menos pretensiosas da banda.
Melhores Filmes
Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo – Por Lucas Ricci e Amanda Bonfim

A24/Reprodução
Da trilha sonora as atuações, do roteiro aos efeitos especiais, Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo é praticamente impecável em todos os seus aspectos. O filme explora o conceito de multiversos com originalidade, aproveitando o tema para explorar questões profundas da existência humana enquanto brinca com o absurdo sem ser tosco. Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo é corajoso e com certeza veremos frutos dessa ousadia em um futuro próximo.
Tudo em Todo Lugar ao Mesmo Tempo é o melhor filme do ano porque é. Trata-se de um filme genial em sua história, utilizando multiversos, cada um com sua estética muito bonita, atores muito bons que conseguiam atuar de modos diferentes e, literalmente, em um piscar de olhos mudam suas características pessoais. Uma história familiar muito bonita, traz uma superação sem clichês, alternado com momentos engraçados sem perder seu tom. É um filme genial, já disse isso, mas repetindo, único, muito bom, muito bem-feito, com atores incríveis e que merece aclamação.
Marte Um – Por Vanessa Freitas

Filmes de Plástico/Reprodução
Marte Um, de Gabriel Martins, da Filmes de Plástico, traz um olhar sensível sobre a família negra de classe média baixa brasileira. Por meio do multiplote, conhecemos Tércia e Wellington, pais da família, e Eunice e Deivinho, os filhos. Os personagens da tela trazem, certa de forma, os conflitos que as nossas famílias também passam. Posso considerá-lo o melhor do ano porque ele é emocionante, sensível e brasileira. Sem dúvidas, um grande filme do cinema nacional.
Pearl – Por João Schiavo

A24/Reprodução
A produção de Ti West estrelada por Mia Goth é uma viagem ao universo perturbador e angustiante de Pearl, personagem apresentada no filme X, do mesmo diretor. Uma vida infeliz e controlada pode culminar em um futuro onde a sede de sangue é constante e desenfreada.
The Batman – Por Matheus Benjamin

DC Entertainment/Reprodução
Lançado no início de março de 2022, muitos pensaram que The Batman fosse ser esquecido no churrasco. Porém, o filme de Matt Reeves, apesar de sua longuíssima duração, consegue deixar os espectadores vidrados em todos os momentos narrativos do primeiro ao último minuto. Com uma trama intrincada e personagens conhecidos, mas muito melhor construídos para esse novo universo, o cineasta prova que Robert Pattinson e Zoë Kravitz foram as melhores escolhas que poderia ter para o protagonismo. Destaque para uma sequência arrebatadora de perseguição que envolve um certo bat-móvel e pouquíssima luz.
Aftersun – Por Victoria Vischi

MUBI/Reprodução
Um filme que encanta e passa a sensação de “sim, estou assistindo uma obra de arte”. Aftersun é mais do que um filme que entretém, sua fotografia é tão linda e faz escolhas metalinguísticas, que fazem a gente pensar “isso é cinema!”. A produção entrega uma construção de memórias, que mostra o olhar inocente de uma criança que só quando adulta percebe que seu pai estava passando por mais coisas do que ela podia compreender. O filme carrega uma melancolia e um sentimento agridoce, de dias preguiçosos, sem ficar entediante.
Melhores Séries
The Bear (1ª temporada) – Por Lucas Ricci

Hulu/Reprodução
Na Hell’s Kitchen do drama familiar, Jeremy Allen White e companheiros brigam pelo título de melhor atuação, e também o de personagem mais desagradável. Com fotografia e direção sufocantes (no bom sentido), a série discute os efeitos do luto em diferentes pessoas obrigadas a conviver juntas e lidar com as mudanças resultantes de um evento traumático. Com um drama familiar bem elaborado e uma comédia acertada, The Bear te coloca em episódios de 20 minutos que te prendem em uma excruciante e deliciosa ansiedade que certamente te fará rir, nem que seja de nervoso.
First Love (1ª temporada) – Por Vanessa Freitas

Netflix/Reprodução
First Love é um dorama japonês, cuja história é centrada em Yae Noguchi e Harumichi Namiki. A história do primeiro amor na adolescência é costurada pelo presente adulto cheio de desilusões. O visual da série é lindo, e o conflito digno do cinema de Yasujiro Ozu. É a melhor série do ano porque traz o amor e a banalidade da vida lado a lado.
The White Lotus (2ª temporada) – Por João Schiavo

HBO/Reprodução
A excelente série da HBO trouxe, neste ano, um novo elenco impecável numa trama misteriosa, que prende quem assiste do início ao fim. Fotografia, enredo e direção dão o tom do sucesso à produção.
Ruptura (1ª temporada) – Por Matheus Benjamin

Apple TV+/Reprodução
Não há dúvidas de que um dos grandes sucessos deste ano é a carismática Ruptura (Severance, no original), do Apple TV+. Apesar de ter estreado em meio à timidez desta plataforma de streaming que já provou sua qualidade ao mundo, o que fez a produção acontecer, de fato, foi o boca a boca. Por conta do lançamento semanal, muitos passaram a comentar sobre a série nas redes sociais e avaliar seus cliffhangers após cada novo episódio. E é preciso concordar que trata-se de uma série que pega os espectadores pela mão para surpreendê-los com seus truques e coisas escondidas.
House of The Dragon (1ª temporada) – Por Victoria Vischi

HBO/Reprodução
House of the Dragon é uma série que eu nem pensava que ia assistir. Depois da decepção causada pelas últimas temporadas de Game of Thrones, não senti apelo para continuar consumindo narrativas desse universo. No entanto, impulsionada pela repercussão online, resolvi dar uma chance e fui cativada desde o primeiro episódio.
A série apresenta alguns defeitos, como um ritmo muito acelerado e muitas cenas cortadas que poderiam dar maior profundidade aos personagens, mas foi a que mais me prendeu no ano todo. Quando comecei a assistir, maratonei os 3 episódios já lançados até bem depois da minha hora de dormir habitual, depois esperei todas as semanas ansiosamente pela continuação da história. Foi a melhor surpresa do ano.
Se você gostou desse tipo de conteúdo, continue ligado aqui no Portal Pop3 para receber mais recomendações interessantes como essas!