Portal Pop3

Rock in Rio: livro expõe bastidores do Festival de Música

Em 2022, o Rock in Rio promete retornar com grandes atrações e novidades

Publicado em 14 de março de 2022, por Literatura

2022 é ano de Rock in Rio. O festival que, em 2011, voltou com tudo, prometeu fazer edições intercaladas: ano sim, ano não. Essa é uma ótima oportunidade para conhecer os bastidores de um dos maiores festivais de música do mundo. O livro traz entrevistas, fotos e diversas curiosidades sobre a música dos anos que antecederam e sucederam o evento. Sendo assim, Rock in Rio: A História do Maior Festival de Música do Mundo deveria ser obrigatório para todos os amantes da música.

(Portal Pop3/Reprodução)

Nesse livro, conhecemos a história das três primeiras edições do Rock in Rio, desde sua concepção à contratação de artistas, passando pelo que ocorreu com cada apresentação no palco principal e falando também dos bastidores, entre brigas, exigências extravagantes e reclamações dos artistas. Durante os relatos, é possível ficar bem decepcionado com artistas, entre eles Freddie Mercury, por exemplo.

Não se imagina que o artista fosse tão fútil e chato em relação a outros artistas. Uma curiosidade dos integrantes de sua banda Queen: todos deveriam trafegar por veículos separados, tanto por conta do relacionamento difícil dos membros quanto para que se houvesse um acidente, a banda não acabasse. Os marcos dessa primeira edição, sem dúvidas, estiveram atrelados ao amadorismo da produção com relação ao som — bastante criticado — e a estrutura que se acabou em, literalmente, lama; além disso, diversos artistas brasileiros relatam terem sido injustiçados por conta desses problemas e também pela escalação de horários de seus shows.

Amin Khader, que trabalhou nessas três primeiras edições como Coordenador de Backstage, fazendo todas (ou quase todas) as vontades dos artistas que participaram do festival, é um nome a ser lembrado, justamente por ter aguentado diversos desaforos. Foi muito bacana saber que graças a três rapazes em um Passat branco que o festival não foi cancelado na sua primeira edição, depois de tantos problemas arrumados para a cabeça de Roberto Medina, seu criador, com as obras na cidade do rock. E ele também já havia quase desistido de seu sonho em outras ocasiões.

(Rock in Rio/Reprodução)

Notável também foi saber como se deu cada show e as entrevistas que ocorreram logo em seguida. Alguns artistas, como Erasmo Carlos e Eduardo Dussek foram mal escalados e vaiados, sem falar que alguns truques da produção para driblar as exigências absurdas dos artistas foram engraçadas e criativas. Além disso, o livro também traz em tópicos separadinhos as cinco exigências mais inusitadas, os cinco maiores micos e também os cinco momentos mais inesquecíveis, além dos números de cada edição.

O leitor poderá se emocionar com algumas páginas na qual falava-se da morte de Cazuza por Renato Russo, durante a quase segunda edição do Rock in Rio em 1990, que teve de ser adiada para 1991 no Maracanã, por conta do sequestro de Medina. Vale destacar que é nessa parte do livro que pode-se ler e perceber historicamente o sucesso das melhores bandas do BRock da época, como Paralamas do Sucesso, Titãs, Barão Vermelho e Legião Urbana.

Essa segunda edição teve várias brigas marcantes, entre elas, novamente, as extravagâncias de certos artistas internacionais que impediram a passagem do Roupa Nova ao camarim; o egocêntrico e icônico Prince com suas “travessuras”; Axl Rose com várias frescuras e loucuras, entre elas, exigir uma macarronada antes do show e depois dividi-la com todos os membros da organização do festival, algo que outros artistas, que haviam pedido vinte pratos de comida e só comeram metade de um (deixando todo o resto pra trás), não fizeram.

(Rock in Rio/Reprodução)

Já a terceira edição ficou conhecida como uma das mais estruturadas, superando problemas antigos como som e cenografia. Cássia Eller fez um dos seus melhores shows, sendo elogiada até mesmo por Dave Grohl, que tocaria mais tarde naquela noite com seu Foo Fighters, após interpretar a famosa canção “Smells Like Teen Spirit”. Essa edição também foi marcada pelas vaias a Carlinhos Brown, o design de porco espinho no Palco Principal, o slogan “Por um Mundo Melhor”, a noite Teen que contou com um gosto unânime por Sandy & Júnior além de uma Britney Spears cheia de playbacks, o baixista do Queens of the Stone Age peladão, o R.E.M. fazendo história com Michael Stipes o Oasis tirando onda por tocar antes do Guns N’ Roses com Axl Rose mais doido do que nunca!

Dessa forma, contando em detalhes tudo o que rolou nos bastidores e em cada show do palco principal, o leitor também é contextualizado da situação política e histórica do país, falando ainda do que era sucesso nas principais rádios, sobretudo o rock. Há pouquíssimos detalhes das tendas Brasil e Raízes, que surgiram no terceiro Rock in Rio; o foco estava mesmo em contar o que aconteceu no palco principal, sendo recheado de fotos exclusivas. O sentimento após encerrar a leitura é a esperança de que o autor continue na pesquisa sobre o festival, tendo em vista que já aconteceram outras edições só aqui no Brasil. Um leitor esforçado, ainda, fará o dever de casa e se aventurará em procurar por vídeos e músicas dos artistas que já passaram pelo Palco Mundo.

É uma experiência que, certamente, irá enriquecer o repertório de curiosidades musicais de qualquer apaixonado pelo assunto!

Tags: , , , ,
Escritor por vocação, acadêmico por forçação de barra e apaixonado por televisão desde que Chaves começou a ser exibido no SBT. Graduando em Cinema e Audiovisual que ainda acredita em um encontro inesperado com Hayao Miyazaki.