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Julia Albook lança novo single Clocks, sua primeira canção R&B (Entrevista)

Esse é o primeiro single de seu segundo EP Waterproof, com lançamento previsto para o meio de 2022

Publicado em 29 de abril de 2022, por Entrevistas, Lançamentos

Clocks“, novo single da cantora Julia Albook, já está disponível nas principais plataformas de streaming. É a primeira canção R&B da artista, cujos trabalhos anteriores se enquadram no estilo indie. Albook é uma cantora de Manaus, no Amazonas, que já fez shows pelo Brasil, principalmente nessa capital, São Paulo e em festivais da cena indie em Buenos Aires, na Argentina.

Ela começou a tocar guitarra aos 10 anos de idade, motivada por um documentário sobre Michael Jackson. “Ele tinha uma guitarrista e eu achava genial alguém ter uma guitarrista né? Uma mulher; então eu comprei minha primeira guitarra com dez anos comecei a tocar aí com dez, onze anos”, conta a artista.

Poucos anos depois, quando tinha por volta de 15 anos, Albook começou a compor suas próprias músicas “porque eu sempre escrevi poemas e aí uma vez li que a Amy Winehouse transformava os poemas dela em música e eu pensei, nossa, eu também quero fazer isso. Eu sempre fui muito boa de rima, então meio que deu certo, de alguma forma a Amy Winehouse e o Michael Jackson foram duas pessoas assim que me levaram pra música e aqui estou até hoje”, disse ela.

A equipe do Portal Pop3 teve acesso à música “Clocks” com antecedência e preparamos uma entrevista com a artista para falar um pouco mais desse lançamento, que fará parte do EP Waterproof, com disponibilização previstoa para o meio de 2022.

Confira abaixo!

Victoria Vischi (VV): O que te inspirou na composição de “Clocks”?

Julia Albook (JA): Eu fico nervosa até de contar essa história. Mas eu comecei a escrever “Clocks” em 2020, quando eu estava num relacionamento e aí eu recebi a notícia de que a pessoa com quem eu estava me relacionando ia se mudar e iria para outra cidade. Então eu fiquei muito triste porque [seria] um relacionamento à distância e tal. Então, o nome desse single é “Clocks” porque eu ficava pensando: eu tenho pouco tempo, eu tenho pouco tempo com essa pessoa aqui do meu lado, eu tenho pouco tempo pra aproveitar esse momento.

Foi muito muito triste. É uma música muito triste, assim, apesar da melodia ser feliz. Na letra eu falo sobre não estar bem com isso, não não saber lidar com essa mudança, mas que de alguma forma eu estaria esperando, eu estaria esperando para que uma hora a gente pudesse se ver de novo, uma hora pudesse dar certo pessoalmente. Então, essa música é basicamente sobre começar um relacionamento à distância e torcer muito pra que dê certo mesmo não tendo ideia se… se de fato vai.

VV: O que te fez escolher essa música para ser o primeiro single desse seu novo EP?

JA: Essa é a música que eu venho trabalhando com a minha banda há anos. Então nós começamos trabalhando nela, eu escrevi no meio de 2020, então foi muito tempo aprimorando a ideia da música. E quando a gente ouvia no estúdio, a gente tinha a sensação de que ela ia ser uma música muito poderosa assim… justamente porque nós colocamos muito trabalho nela, nós acreditamos muito nela — mais do que nas outras músicas que a gente teve uma composição muito rápida. Deu certo muito rápido as outras músicas do EP e essa não, a gente estava tipo ‘não, não vai ser isso, não vai ser aquilo e tal’, então foi bastante tempo assim, nos fez acreditar que ela é especial por isso. Justamente por passarmos anos tentando fazê-la ser a melhor de todas e é isso e também eu acho que é uma música muito muito forte, muito poderosa, tanto quanto a letra quanto a melodia e é com certeza a minha favorita dos lançamentos.

VV:O lançamento será acompanhado de um videoclipe? Ou podemos esperar um vídeo mais pra frente?

JA: Ela vai ter sim um videoclipe e ele vai sair basicamente uns cinco dias após o lançamento da música. É um videoclipe que contém a minha direção e a minha escrita também, e eu estou ansiosa pro lançamento dele! Tanto quanto da música.

VV: Quanto ao EP novo, podemos esperar grandes mudanças em relação aos seus trabalhos antigos ou você vai seguir mais ou menos na mesma linha?

JA: Grandes mudanças, tremendas mudanças, é um EP muito diferente de tudo que eu já fiz na minha vida, tudo, tudo, tudo, tudo. Eu nunca nem imaginei que um dia eu iria me distanciar um pouco do indie, mas esse EP ele tem a cara do R&B. E é uma estética que eu acho que vai ser de grande parte meus novos trabalhos e também porque é um EP que envolve muita tristeza, muito amor, então eu acho que não tinha outro gênero que seria melhor do que o R&B pra representar tudo que eu estou sentindo nesse EP. É um EP totalmente assim doloroso, então é uma nova fase, uma nova estética em todos os sentidos da minha carreira artística no momento.

VV: O EP Waterproof será composto por quantas músicas?

JA: Esse EP vai ter seis músicas. Diferente do Adrenaline, meu primeiro trabalho, que teve só cinco. 

VV: Qual foi a sua principal inspiração ou inspirações que deram vida para esse EP?

JA: Tudo começou em 2021 quando eu fui surfar, uma coisa que eu não faço muito, mas de vez em quando acontece. No meio desse surf, eu me afoguei de uma forma muito ruim e muito assustadora, porque era um dia com muitas ondas e a minha prancha foi embora por causa das ondas eu fiquei meio do mar aberto. Morrendo ali sem conseguir sair das ondas e foi muito traumatizante… Eu fui até resgatada por um salva-vidas, não sei… era um uma pessoa aleatória que surgiu lá ele me tirou da água e esse evento ficou na minha cabeça por grande parte de 2021 que foi um ano extremamente complicado na minha vida; foi o pior ano da minha vida.

Depois disso eu passei um tempo distante da minha cidade, que eu morava em Manaus e eu fui pro interior de Santa Catarina. Passei muitos meses… dez meses afastada dos meus amigos, de absolutamente todo mundo, da minha família, fiquei distante, distante. Só eu, a minha mãe e o meu pai, no meio do nada no interior. Porque a minha mãe queria passar um tempo longe, por causa da pandemia, que estava muito ruim na minha cidade. E foram meses assustadores para mim, meses que eu fiquei muito triste, por estar sozinha, por não ter ninguém pra conversar. E logo depois veio o término do meu relacionamento que estava à distância… Então tudo isso, toda essa bola de neve, me fez acreditar que eu não iria sobreviver a 2021, eu pensei: eu não tenho condições psíquicas de terminar esse ano. 

E é por isso que o nome do álbum se chama Waterproof porque eu vivia me perguntando ‘caramba, será que eu sou a prova d’água?’ Justamente pelo meu evento do afogamento e de tudo que aconteceu… Ficava pensando, será que eu sou a prova d’água? Será que eu vou conseguir passar por tudo isso? Ou será que eu simplesmente vou deixar de existir no final desse ano? Então é um álbum muito triste, como eu já falei um pouco anteriormente, que eu me encontrei numa situação muito devastadora da minha aqui eu nunca imaginei que ficaria.

É um álbum que envolve eu lidando com a minha tristeza, eu lidando com a distância dos meus amigos, com a distância da faculdade, de todas as coisas que eram importantes pra mim e dos shows. Do meu próprio relacionamento, que, quando terminou, foi o momento em que eu pensei: Tá, agora não aguento mais. Agora era essa última coisa que faltava pra acontecer pra eu entrar no fundo do poço.

Então é basicamente isso assim é… Eu acho que agora eu posso levar esse álbum como um um relato né? Como as pessoas falam… Que quando acontece várias coisas aí elas ficam ‘beleza talvez eu tenha aprendido alguma coisa com tudo isso né’. É realmente, é um diário aberto assim esse álbum… E é o primeiro álbum em que eu sou muito aberta com as minhas sensações, aberta com os meus sentimentos. Eu estou falando as coisas que eu nunca imaginei que eu iria falar antes, nunca imaginei que eu poderia ser tão honesta com as minhas músicas antes.

Você pode acompanhar a Julia Albook nas redes sociais Instagram , YouTube e Spotify.   

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24 anos. Jornalista com interesse em Estudos Culturais. Cohost do podcast Cadelinhas da Indústria Cultural. Fã de artes em diversas mídias, tentando acumular o maior número de hobbies possíveis.