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A discotecagem de Alvez envolve Divas, Lado B e fidelidade ao tema da festa (Entrevista)

Estreando em 2016 nas cidades de Cianorte e Maringá, DJ é um verdadeiro smash hit em Londrina

Publicado em 8 de agosto de 2022, por Entrevistas, O Pop de Londrina, POP3 XPERIENCE

Vale a pena tocar AQUELE HIT que alguns não aguentam mais ouvir de tão famoso? Às vezes, sim! Mas calma, não estou falando somente de “Born This Way, e sim daquela música que marcou uma época a ponto de você relembrar cada verso nas primeiras batidas após o play do DJ, mesmo sem saber exatamente quem canta. E embora alguns considerem que apenas smash hits possuem esse impacto nas pistas, existem muitas canções que não alcançaram grandes posições nas paradas e foram lançadas por artistas que passam longe da imagem de diva. Algumas são até definidas como “injustiçadas” — ou renegadas, mas ainda sim marcaram uma época e uma bolha específica de consumidores do pop alternativo.

Esse apego por artistas que não atingem o mainstream não é algo tão inédito. Cyndi Lauper foi uma artista que seguiu com um público mais enxuto após sua decisão de manter um caminho mais alternativo e experimental, mas ainda com um base fiel e que tornou lançamentos posteriores em clássicos ocultados, como o álbum Bring Ya to the Brink, que resultou na cantora visitando o Brasil em 2008 com êxito. Outra artista que trilhou um caminho parecido com o de Lauper foi Carly Rae Jepsen, que possui uma fã-base fiel e que considera “Run Away With Me” como a maior canção de sua carreira, em uma vibe bem “Call Me Maybe? Nem conheço!”.

Outros casos de artistas renegados são aqueles que fogem de bubblegum pop, como de Cyndi e Carly, e partem para um caminho mais eletrônico, experimental e fora do convencional. Grimes é um perfeito exemplo de artista cujas canções arrebatam cinco pessoas na pista, que vivem a música a ponto de animar todos em sua volta, e com razão, pois a artista possui diversos clássicos que passaram bem longe das rádios e das altas posições em charts, mas são tão boas quanto o top 4 atual da Billboard Hot 100 — inclusive, em uma semana incrível, com Kate Bush, Lizzo, Harry Styles e Beyoncé tomando as posições.

Melhor que uma festa recheada por estes hits não tão reconhecidos por todos, é uma festa que aborda estas canções, mas ainda garante um tempo para AQUELES HITS — e, neste caso, “Born This Way” incluso. E é pensando nessa junção do melhor dos dois mundos (Hannah Montana, pegaram?) que Designer Alvez se define como DJ.

Presença confirmada na Apoptose, que acontece nesta sexta-feira (12) no White Horse Disco Bar, em Londrina, Alvez é um DJ que atua em diversas cidades do Paraná desde 2016. Desenvolvendo uma musicalidade que mistura o smash hit com o Lado B, seus sets sempre costumam agradar os dois lados da moeda da música pop, garantindo uma pista movimentada e dançante, causando dor de garganta naqueles que escutam música o dia todo no Spotify.

Alvez nos concedeu uma entrevista especial para falar sobre sua carreira e a Apoptose, confira a conversa completa logo abaixo!

Matheus Benjamin: Pouco tempo atrás, você comentou que completou seis anos como DJ. Você se lembra de quando e como foi sua primeira vez discotecando?
Alvez: Lembro sim, foi em uma festinha pequena de uma república, da época em que eu morei em Cianorte. Isso foi 2016. Uma amiga que tocava nas festas de Design da UEM (Universidade Estadual de Maringá) me ensinou o básico, para eu conseguir tocar pelo computador mesmo, tudo bem simples! Foi um rolê muito legal, porque foi ali que percebi que poderia utilizar meu interesse por música de uma maneira única e criativa.

(PVPPETZ: Cry Baby I 2018/Reprodução)

Matheus Benjamin: O que te inspira musicalmente nas discotecagens?
Alvez: Além de outros DJs, alguns até amigos meus que tenho sorte de compartilhar questões e conhecimento, o que mais me inspira mesmo é o público. Me encanta muito ver as pessoas dançarem, cantarem e se identificarem no geral [com as músicas]. Eu gosto de estar no tema da festa, sabe? Eu adoro quando solto uma música “inesperada” e vejo a cara de surpresa de algumas pessoas, mas ao mesmo tempo de satisfação do público. Sempre que isso acontece, eu sinto que acertei (risos).

(Carnavrau da DVMB 2019/Reprodução)

Matheus Benjamin: Como está sendo sua carreira em 2022 na cidade? Tem tocado com frequência?
Alvez: Olha, em comparação com antes da pandemia, tenho tocado muito, sinceramente nem eu mesmo esperava que as coisas seriam assim. Eu acho que nunca vi na discotecagem uma possibilidade de carreira, sempre toquei por ser algo que me trouxe e traz muita satisfação, sempre foi divertido. Mas ver algo que eu gosto se tornando realmente uma possibilidade financeira me traz muita felicidade e esperança, porque eu sempre fui apaixonado por música e sempre quis fazer parte desse meio.

(Alvez/Reprodução)

Matheus Benjamin: Você se destaca pela mistura de ritmos, mas também por dar espaço à artistas não tão dançantes, como Taylor Swift. Vai ter espaço para a loirinha no seu set da Apoptose?
Alvez: Simmm, para a alegria de uns e a tristeza de outros, esse vai ser mais um set do Alvez com Taylor Swift – mas eu prometo que não vai ser a versão de 10 minutos de All Too Well, nem nada dos álbuns de folk, vou trazer algumas do “reputation” que eu sei que até hater da loirinha vai acabar dançando!

Matheus Benjamin: Esta é sua primeira vez tocando na Apoptose. Além da Taylor, o que você pretende entregar de som para o público?
Alvez: Nem me fale, estou a semanas ansioso pela Apoptose, pois vai me possibilitar tocar muita coisa que eu gosto e não tenho tocado ultimamente, não o quanto eu gostaria, sabe? São algumas divas do pop um pouco “renegadas”, digamos assim. O público pode esperar Rina Sawayama, Brooke Candy, CL, Princess Nokia, Charli XCX, Madison Role, Azealia Banks e claro, minha preferida, Kim Petras, e muitas outras.

A Apoptose é uma festa para amantes de pop, k-pop, indie pop e hyperpop. Você pode garantir seu ingresso por R$15 na plataforma Na Muvuka. Para mais informações sobre o evento, siga o Instagram oficial.

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Escritor por vocação, acadêmico por forçação de barra e apaixonado por televisão desde que Chaves começou a ser exibido no SBT. Graduando em Cinema e Audiovisual que ainda acredita em um encontro inesperado com Hayao Miyazaki.