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A dupla Pauli&Rakel é apaixonada pela mistura de músicas nacionais, latinas e Hyperpop (Entrevista)

A dupla do design conta um pouquinho de sua história e promete entregar o melhor das latinidades na Apoptose!

Publicado em 7 de agosto de 2022, por O Pop de Londrina, POP3 XPERIENCE

O Pop Nacional (ou Pop Brasileiro) é um gênero em ascensão e renovação. O que começou nos anos 1970 e 1980 e cresceu com o surgimento de grupos e artistas, que ora apostavam em um Pop mais agressivo, romântico, infantil e até inspirados nos movimentos musicais europeus.

Embora seja muito difícil definir quem abriu portas para hoje termos artistas como Luísa Sonza e Melody no topo das paradas de streamings, é certo dizer que artistas como Sandy & Junior, Kelly Key, Xuxa, Rouge, Tati Quebra Barraco e Wanessa foram grandes inspirações para a completa renovação do Pop a partir de 2010, com hits como “Show das Poderosas”, de Anitta e “Shake de Amor (Whip My Hair)” da Banda Uó, que culminaram na música Pop Nacional ser detentora de milhões de visualizações a partir de 2016 e 2017, com o surgimento de artistas como Pabllo Vittar, Lexa, Glória Groove, Linn da Quebrada e outros nomes que hoje representam a música brasileira a ponto de colaborar e aparecer em charts internacionais.

Além das rádios e streamings, um local que ajudou muito a “espalhar a palavra” da música pop brasileira foram as festas, bares e baladas comandadas por DJs apaixonados pelo gênero. Enquanto no cenário nacional tivemos DJs como Spencer Q, Tommy Love e CyberKills, que não só tocavam mas como remixavam, diversos DJs regionais de diversos estados faziam suas próprias bolhas conheceram os variados estilos e artistas brasileiros, tão bons quanto o Pop Internacional.

Hoje, em 2022, é muito difícil ir em uma festa que não aborde músicas em português, algumas são quase 100% preenchidas por elas. Mas também há aqueles que fazem questão de trazer o espanhol para as pistas, como é o caso da dupla Pauli&Rakel, DJs de Londrina – PR que ganham destaque e abraços calorosos — e beijos por onde passam.

(PAULI&RAKEL/Divulgação)

A dupla é formada por Pauli, um estudante de Design Gráfico da Universidade Estadual de Londrina, e Rakel, sua colega de departamento estudante de Design de Moda. A dupla começou as atividades em 2019, no evento Dumb, também conhecida como Dvmbzona e que completa quatro anos de existência na próxima semana, mas ganharam espaço e aclamação pública este ano, em 2022, atuando em festas como Churrasco de Design, Frootaria e Pimps.

Conseguimos um tempinho com a dupla para entrevistá-los e entender quem são eles musicalmente nas pistas da cidade. Mais em breve, na sexta-feira do dia 12 de agosto, a dupla fará parte da Line-Up da festa Apoptose, nossa parceira. Se você chegou aqui sem saber o que está rolando, o Portal Pop3 e a festa Apoptose estão com uma parceira linda! Iremos divulgar informações exclusivas sobre o evento (começando por essa entrevista) e também estaremos na edição, dançando e vivenciando uma festa que nos abraçou com muito carinho.

Lucas: Como vocês se definiram (musicalmente) como DJs?
Rakel: Sempre nos definimos como DJs de Pop, mas o Pop tem todos os braços que uns a gente abraça mais que os outros. Nosso começo, vendo algumas fotos [de roles antigos], envolvia sets bem ecléticos, a gente transitava entre estilos na mesma playlist da mesma festa, era super gostoso. Não tenho nada contra [os sets antigos], amo e às vezes repetimos, mas de um tempo pra cá, principalmente depois da pandemia, fomos definindo mais um estilo, uma identidade da dupla, com latinidades, pop BR, uma misturinha de funk e Hyperpop, algumas coisas mais undergrounds até, mas nem tanto também! Haha.
Pauli: Eu e a Rakel, nos concretizamos mais no pop brasileiro, principalmente de artistas não tão conhecidos ou que ainda estão crescendo, como a Úrias, Cyberkills, Boombeat e por aí vai. E nessa questão de Pop Brasileiro, acabamos tocando os nossos vizinhos também, que é a latinidade. Tem a ROSALIA que a gente sempre tocou e sempre gostou de tocar, tem a Nathy Peluso, Isabella Lovestory, então gostamos muito de conversar nesses gêneros do Pop, do Pop Brasil, do Pop Latino e também do Hyperpop, a gente ama uma bateção de panela.

Lucas: Quando surgiu a ideia de tocarem juntos?
Rakel: É massa porque eu e o Pauli ficamos amigos no comecinho da faculdade, nos primeiros dias. A gente só se grudou, íamos para todas as festas juntos, a gente adorava. O bom espírito festeiro combinou bastante também [para amizade] e fora, claro, nosso gosto musical parecido. Foi um encontro de almas mesmo, e isso transpassava muito, a galera percebia mesmo que era duplinha sem antes mesmo da gente perceber que exalávamos isso.

Quando a gente percebeu, nós só continuamos, virou algo muito nosso [como dupla]. Saímos parecidos, combinávamos roupas e maquiagens, e tudo mais. Foi bem no fim de 2019, quando produzimos o Churrasco de Design do segundo semestre, que começou a plantar essa sementinha de querer tocar, lembro que foi nesse momento. Vimos o pessoal de Design tocar, já que o pessoal do próprio departamento tocava, aí, nossa, deu vontade! As pessoas começaram a falar também [sobre ser uma dupla de DJs], uma galera que já conhecia as festas e tals, dando esse gás pra nós.
Pauli: A gente sempre foi associado como uma dupla porque a gente sempre ficou muito junto, nos grudamos quando nos conhecemos na faculdade, no primeiro dia, eu fazendo Moda e ela fazendo Gráfico. As pessoas desde o primeiro dia já associaram nós como uma pessoa só, então quando chamavam Rakel sabiam que ia Pauli, quando chamavam Pauli sabiam que ia Rakel, então sempre aconteceu isso de juntarem a gente e sempre tivemos vontade de fazer algo junto, porque nós também nos víamos como uma pessoa só, o que é muito engraçado.

No final de 2019, em novembro, começaram a surgir esses convites da gente tocar junto, o primeiro convite foi da Maria Alice para a DUMB, ela deu essa ideia de fazermos um set junto e ver o que achávamos. Ccomo sempre conversamos sobre música e essas coisas, nós super nos interessamos e foi uma junção que os outros deram a ideia pra gente, mas que nós já estávamos pensando.

(DUMB/Reprodução)

Lucas: Quando veio a ideia do nome da dupla ser “Pauli&Rakel”?
Pauli: Então, Pauli surgiu porque erraram meu nome na hora de escrever em algum grupo, clicaram no “i” ao invés do “o”, aí ficou como um apelido “Puali”. Quando surgiu essa ideia de tocar, a gente só continuou com o Pauli, e o “Rakel” veio depois, queríamos fazer algo com a mesma quantidade de letras, aí trocamos o “Q” e o “U” por um “K”, que eu acredito que foi uma ideia da Rakel. A gente não conseguia pensar numa forma de juntar os nomes, que não deixassem soar estranho, até porque eu me chamo PAUli e se for tirar as duas últimas, fica pau, o que fica estranho e se for tirar as três primeiras, também fica estranho.
Rakel: Sobre o nome da dupla, é muito isso que o Pauli comentou mesmo. Eu lembro que alguém tinha pedido pra gente escolher o nome pra colocarmos na arte, e visualmente, eu achei melhor comer uma letra do meu nome, tirar o “qu” e acrescentar o “k” pra ficar equilibrado com o Pauli. Mas a sonoridade também, todo mundo ficava falando: “paulo e raquel” “pauloeraquel” “pauleraquel”, você vai ver, você fala direito “PauliRakel” direto assim, como se fosse uma palavra só. E não tinha muito sentido fazermos um shipp do nosso nome assim e curtinho, mas eu gosto assim porque mostra que é bem as duas identidades, junto, a gente coladinho, eu sinto isso, que o nosso nome se abraça. É bem a gente.

(Churrasco de Design/Reprodução)

Lucas: Como vocês se organizam pra fazer um set? Trocam figurinhas sobre músicas, ensaiam antes?
Pauli: A principio a gente cria uma playlist da festa, e vamos colocando a música que a gente pensa [tocar], até ir caminhando pra adequar as músicas e elas estarem numa mesma vibe. Vamos conversando no privado para decidir, e conforme vamos montando a playlist nós também já vamos pensando na questão de ordem, que pode ser mudado na hora, óbvio, na força da emoção, a gente acaba trocando algumas músicas de ordem, tirando algumas e acrescentando outras porque a gente sempre leva música a mais. No começo, a gente se encontrava e treinava as transições das músicas e tudo mais, mas hoje em dia a gente já está muito mais interligado, a gente já se conhece e sabemos como a gente toca, aí conseguimos fazer algo mais na hora.
Rakel: Eu vou ser sincera, eu ainda estou descobrindo bastante o processo criativo para a seleção de músicas, acho que cada festa é muito diferente, cada uma tem uma identidade e eu gosto muito disso, posso falar pelo Pauli um pouco, mas eu geminiana puríssima gosto de entrar na onda, sabe? Brincar bastante com a temática de cada festa, com o que cada festa propõe, então eu acho que a gente permeia em bastantes estilos nesse momento. mas é basicamente esse processo que o Pauli falou mesmo, a gente vai criando uma playlist e se conversando.

Em um contexto pré pandêmico, quando a gente se trombava todo dia na UEL, sentávamos num cantinho, abríamos o PC e começava a estudar o que íamos tocar e ouvia musica junto. E é bem isso mesmo, o Pauli me apresenta muita musica porque minha pesquisa ainda é mais lenta e ele sempre traz coisa nova, porque eu sempre amo e sempre é muito compatível. Um role de conexão mesmo haha, muito gostoso.

Este  ano temos definido o que vamos fazer, cada passo, mas não passamos antes e ensaiamos, a gente até quer porque é mais gostoso fazer as coisas juntos e presencial, mas dá muito certo quando a gente só se conversa online só também, é sempre gostoso na hora uma surpresinha. Coisas acontecem, erros acontecem, pausas acontecem e é até melhor a gente não ter definido exatamente muita coisa, porque daí o improviso vem mais certo.
Pauli: E sim, a gente troca figurinha de música, a gente ouve uma música e fica “isso é muito algo que precisamos tocar!!”, e vamos nos mandando [músicas], eu adoro essa parte na verdade, eu acho que é a parte que eu mais gosto haha. Eu encho o saco da Rakel, gente, eu encho o privado dela de musica pra ela ouvir.

(Churrasco de Design/Reprodução)

Lucas: Em 2022, como tem sido suas discotecagens? Já possuem memórias boas?
Pauli: Em 2022 estou achando muito divertido tocar, [poder] ver a cara das pessoas e vê-las dançando. Durante a pandemia participamos de algumas festas on-line, o que fez a gente treinar e mexer mais nos programas [Virtual DJ; Rekordbox], então nos fez ter algum conhecimento maior. Conhecer o Virtual DJ acabou nos ajudando na volta ao presencial, e ter mais vontade de continuar tocando presencialmente.

Quando teve a primeira vez [discotecando em 2022] a gente sentiu tudo aquilo, sabe? De ser mais divertido e gostoso, mesmo recebendo reclamações, porque passamos uma pandemia com muitas músicas lançadas e existem pessoas que querem ouvir músicas específicas e cada um quer ouvir algo diferente, mas não vai dar pra tocar tudo. Mesmo com essas críticas, estou me divertindo, eu lembro que queria muito que voltasse a ter festas, então agora sempre estou lá pra me divertir e quero que as pessoas se divirtam também, sabe? É muito gostoso dançar, se beijar na pista e tudo mais, é uma delícia.
Rakel: De verdade, eu vou falar de gratidão porque 2022 foi um ano que as coisas aconteceram muito e aconteceram rápido foi incrível fazer parte de tudo, todas as festas que voltaram, todos os momentos a gente se fez presente de alguma forma eu e o Pauli conseguimos tocar bastante, foi incrível. A gente já cresceu muito também, mais ainda do que tínhamos em 2020 e 2021, na pandemia.

A primeira festa que voltamos a tocar, acho que o Pauli disse que foi em 2022, mas foi em dezembro de 2021, no ensaio técnico da Frootaria, e nossa, dessa festa pra última festa que tocamos [Nauzya e Furacão Pimps 2000], tem muita coisa, foi uma escada do tanto que a gente melhorou e cresceu, amadureceu nossas ideias sobre musicas e sets num geral. É bem legal ver, olhar pra trás e pensar nisso, e só tem mais coisa pra acontecer, a gente ainda tá no comecinho de Agosto, de 2022, eu fico animada gente, para! Haha. 2022 tá entregando, prometeu bastante e tá arrasando.

(PIMPS Simple Life/Reprodução)

Lucas: O que o público pode esperar de vocês na Apoptose?
Pauli: Bom, pra Apoptose a gente tá preparando um set bafudo, bem animado e gostoso, pra ver o povo pulando. É uma coisa bem pra cima, bem alto astral, a gente não quer ver tristeza não, sem depressão na Apoptose, a gente quer ver todo mundo só monster highzona assim, só as monstronas.
Rakel: Na Apoptose eu quero ver todo mundo no front, dançando muito, suando muito e sendo sexy! A gente tá levando só as selecionadas, eu achei assim, só o creme da Pauli&Rakel, vai ser perfeito, tô muito animada.

Lucas: Pra finalizar, convença quem está lendo de comprar um ingresso e conferir o set de vocês na festa!
Pauli&Rakel: Agora conversando com o público, vamos sim na Apoptose, vamos dar uma lacrada lá, nós queremos ver looks, temos certeza que só vai ter gente bonita lá pra beijar na boca. Chamem o Pauli pra tomar shotão com vocês que ele Adora!! Vamos lá, cutuquem mesmo e falem “vamo tomar um shotão” que eu não vou recusar, ainda mais se for pago!! Mas chamem mesmo, que só os bonitos vão, os feios vão só ficar vendo os stories.

Lembrando que a Apoptose acontecerá no dia 12/08 (sexta-feira) na White Horse Disco Club à partir das 23 horas! Acompanhe o Instagram da festa para não perder nenhuma informação. Os ingressos estão disponíveis na plataforma Na Muvuka por R$15.

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Graduando em Letras - Inglês, professor e produtor de conteúdo, amante de arte em todas as suas formas. Constantemente com o fone no ouvido e sempre procurando algo novo para escutar.