Portal Pop3

Apoptose: a festa londrinense para quem ama Pop, K-Pop e Indie Pop (Entrevista)

Paralisada por conta da pandemia, festa retorna em uma segunda edição focada em variar ritmos e décadas musicais

Publicado em 27 de julho de 2022, por Apoptose, O Pop de Londrina

O que é preciso para fazer uma festa ser boa musicalmente?

É uma pergunta quase impossível de ser respondida. Uma festa lida com as expectativas altas de quem acompanhou cada passo da divulgação, do artista exposto no flyer, das atrações que compõe o evento e, principalmente, do que o nome sugere. Uma festa que possui “Pancadão” no nome, por exemplo, expõe rapidamente que o foco está no Funk, seja paulista ou carioca. Ainda existem algumas festas que não fazem trocadilho com a musicalidade, mas explicitam o que se trata num subtítulo. Por exemplo, em meados de 2017, participei de um evento chamado Spiceworld: O Open Bar das Spice Girls, que explicitava um especial o grupo britânico com a oferta de bebidas liberadas por um preço fixo.

(Facebook/Reprodução)

A Spiceworld foi uma festa muito especial e que ficou guardada na minha memória, primeiro por ser um especial de um grupo que amo (e já falei sobre aqui no Portal Pop3), mas também por oferecer um formato diferente de demais festas: era um rolê pop nichado, focado em um período específico da música Pop nacional e internacional. E detalhe: surgiu antes da Frootaria, talvez a primeira e definitiva festa sobre o gênero pop na cidade de Londrina, Paraná. Lembro que não houve um público gigantesco na Spiceworld, não chegava aos pés das 500 pessoas que frequentavam semanalmente as baladas da cidade, mas soou quase como uma grande reunião de pessoas que gostavam da mesma coisa, mas não tinham espaço para se encontrar.

Um estilo muito semelhante de “festa pop nichada” aconteceram nos anos posteriores, mas uma específica ocorreu no fim de 2019: a Apoptose, chamada oficialmente na época de apopTOSE: o reinado do pop. Era uma festa que seguia esse formato de subtítulo explicitando o evento – e coff, coff, a pessoa que vos escreve teve uma influência nesse formato — mas oferecia um tempero diferente para o que ocorria na época: o K-Pop alinhado com músicas não tão dançantes.

(APOPTOSE/Reprodução)

Vale lembrar que, em 2019, o K-Pop ainda caminhava em passos lentos na cidade e no Brasil. Existiam DJs que já abordavam o gênero, como Salerno e Nico, mas a aceitação completa por parte do público era devagar. Infelizmente, a barreira linguística no Brasil é um problema nas rádios e plataformas, e isso até hoje. Consumimos fortemente nosso material nacional, mas o que surge em países vizinhos ou em língua não-inglesa chega em nosso território com muita sorte, jabá ou, atualmente, com o Tik Tok.

Em 2020, a pandemia suspendeu os eventos na cidade e somente este ano as festas estão conseguindo um novo fôlego: citamos a Terça Tilt e Pimps recentemente no Portal, por exemplo. E somente agora, a Apoptose conseguiu conceber um volume 2, dando sequência ao que foi criado em 2019. Marcado para 12 de agosto, o evento promete muita interação com o público e uma abordagem Pop, K-Pop e Indie Pop, misturando sons conhecidos e clássicos com uma nova roupagem de sons, flops e sleeper hits.

Confira nossa primeira entrevista com os criadores da Apoptose, Carlos (chamado aqui de Carlyyxy, seu nome artístico) e João Caetano (que atende artisticamente por Rotary). Conversamos sobre a criação da festa, a primeira edição e os planos para o Vol. 2, que acontecerá no White Horse Disco Bar!

(APOPTOSE/Reprodução)

M: A pergunta mais importante dessa entrevista: por que a festa se chama Apoptose? O que significa?
Rotary: Apoptose é o processo de morte celular que as células do nosso corpo são submetidas. Quando passam por algum erro e são produzidas de forma errada, elas vão passar pelo processo de morte celular, que é a apoptose.
O Carlos teve essa ideia [do nome Apoptose] após uma aula de biologia celular, onde tivemos o conteúdo sobre Apoptose. Ele percebeu esse trocadilho com o pop que está dentro de apoptose e pensou algo como: “a gente faz biologia, a gente está dentro desse curso e a gente poderia muito bem usar o nome Apoptose e fazer um rolê com a biologia, porque tanto que vai remeter o curso de biologia que a gente está e vai remeter ao gênero musical que a gente gosta muito: o Pop, então a gente pode fazer um rolê focado em pop que se chama apoptose dentro do curso de ciências biológicas.”. 
Carlyyxy:
Eu lembro que em 2019, no primeiro ano de ciências biológicas, uma das primeiras matérias é biologia celular, que assusta todos os calouros por ser difícil. Estávamos estudando alguma coisa sobre apoptose, não lembro exatamente o quê, mas a professora soltou esse termo em algum momento, sobre a morte programada da celula e blá, blá, blá. Na época acho que estava querendo entrar pra atlética [do curso], daí pensei “ah, imagina se a gente faz uma festa chamada apoptose, de pop, trocadilho, ha ha”. Uma coisa bem boba, despretensiosa.

M: Pra falar sobre o vol. 2, que estreará em agosto, precisamos entender o que foi a festa em 2019. Quem são vocês e como surgiu a ideia de produzir este evento?
Carlyyxy: Eu dei a ideia aleatoriamente, o Rotary gostou e todos os nossos amigos acharam o trocadilho engraçado. Mas, por mais vontade que tivéssemos, não tinha como [no sentido financeiro]. A gente não tinha um caixa e nem muita noção [de como produzir um evento]. Maturamos bastante a ideia, ficamos muito tempo só imaginando. Pensava de primeira que a Atlética de Biologia não iria aderir por ser uma festa com foco Pop, na época a moda estava em eventos funk. Por sermos do primeiro ano, a gestão da Atlética eram outras pessoas mais velhas, alguns veteranos nem conheciam a gente. Lembro que precisávamos apresentar a ideia para alguém nos patrocinar e acolher a ideia pra conseguir fazer. Em um momento nós propomos fazer tudo, e só precisaríamos de um caixa prévio para pagar os custos, então pensamos no C.A de Biologia, e o centro acadêmico quem apoiou a primeira edição da Apoptose, em 2019.
Rotary: A ideia de produzir esse evento surgiu dentro de uma conversa. O Carlos pensou em um rolê chamado “Apoptose”, focado em pop. “Que que você acha Rotary?”, daí eu falei “Ai, eu acho muito legal”. Eu acho que o nome é muito perspicaz por conta desse trocadilho, de remeter tanto ao curso quanto de remeter a música pop. Mas como a gente não tinha uma grana, a gente não tinha como desenvolver essa ideia. Pensamos em só jogar essa ideia na boca de alguém e se o povo topasse, a gente poderia produzir e alguém nos patrocinar. E foi o que a gente fez. Corremos atrás tanto do centro acadêmico quanto da atlética de biologia. Na época a atlética já estava com muito rolês, e o C.A. estava há muito tempo sem fazer nada de eventos. Então eles toparam logo de cara. Eles investiram e foi com o dinheiro deles que a gente conseguiu alugar som, alugar o local, comprar as bebidas e a gente ficou lá trabalhando e conseguindo desenvolver essa ideia que surgiu primeiro com o Carlos e depois eu abracei.

(APOPTOSE/Reprodução)

M: O nome do evento era apopTOSE: o reinado do pop. O que vocês pretendiam com essa ideia de reinado?
Rotary: A princípio a gente só queria uma festa para curtir as musicas que a gente escutava normalmente e trazer um novo ar paras festas da Biologia que a gente estava inserido, porque as festas do curso eram promovidas pela Atletica de Biologia e era um rolê muito focado em funk. Só que a gente gostava muito de Pop, e queríamos uma festa em que os DJs de pop, que antes só tinham às vezes uma hora pra tocar, conseguissem tocar as músicas que eles realmente gostam e que querem escutar dentro de rolê por um período um pouco mais longo. E dessa forma a Apoptose veio pra tentar trazer um novo ar pro curso, mas com um pouco de medo. Medo de não ter público se a gente não fizesse pelo menos um set de funk. Então junto com o C.A., a gente conseguiu que uma das meninas que fazia parte da chapa na época tocasse funk pra gente, e deu tudo muito certo, foi muito legal o set que ela fez de funk e acrescenteu na festa.
Carlyyxy:
A gente só não queria tipo deixar só o nome “Apoptose”, sabe? Se não me engano o Reinado do Pop veio por sugestão do centro acadêmico ou de outra pessoa, eu não lembro. Mas não era uma coisa que a gente tinha pensado primeiramente. Precisava ser algo que desse ênfase que era uma festa de pop, principalmente para pessoas que não eram da biologia, que não conheciam a gente e talvez não entendessem o trocadilho apoptose/morte celular. Eu lembro que, uma outra ideia de nome era “Apopdose, uma dose de pop”, alguma coisa assim, mas não fazia sentido.

(APOPTOSE/Reprodução)

M: O Design da primeira edição chama atenção por misturar elementos de pop music, arco-íris e um logo diferente. Quais foram as inspirações para a primeira edição?
Rotary: Eu e o Carlos não tinhamos ideia de como criar as artes para a primeira edição. Então a gente conversou com uma pessoa que tinha uma maior experiência em design, daí a gente conversou com u Nat que era a pessoa que tínhamos um pouco de contato na época e fazia o curso de design, e elu conseguiu ajudar a gente a desenvolver essa ideia. Basicamente elu perguntou pra gente sobre sobre os artistas que a gente gostava e o que a gente pretendia com o evento e em cima disso montou a arte da Apoptose, que girou tanto em cima dessa ideia bem LGBTQIA+ com arco-íris e tudo mais.
Carlyyxy:
Uma amiga namorava ume pessoa conhecide da gente, bem próxime, e um dia a gente propôs pra elu da gente fazer um Pinterest, eu e o Rotary, sobre ideias para a Apoptose, isso depois de conseguir o patrocínio. Na época não sabíamos fazer Design e artes, e por conhecermos alguém que sabia criar uma identidade, confiamos e conversamos. Inclusive, ficou muito perfeito essas primeiras artes, não sei como agradecer u Nat, mas somos muitos gratos. Elu foi quem planejou e projetou as artes após o Pinterest, que tinha muitas imagens de K-Pop, lembrando agora. Isso por que o Rotary é muito fã de K-Pop, eu não sou fã igual ele, mas gosto de Loona e Red Velvet, algo mais comercial. Uma outra inspiração para o Design foi a Frootaria, que era a única referência de festas Pop em Londrina, e eu achava muito legal como era trabalho a ideia de ser LGBT nas artes, algo muito colorido e cheio de referências. Naquela época ser LGBT era uma coisa diferente, de sentir orgulho, então o arco-íris veio daí. Por fim, eu era muito fã da Charli XCX, então queríamos inclui-la para representar o Pop Alternativo e mostrar que não seria apenas uma festa de K-Pop. U Nat conseguiu transmitir essas ideias na arte, e foi perfeito, amo essas artes.

M: E quais foram as memórias deste primeiro momento? Lembram de momentos marcantes, músicas que tocaram, amigos que presenciaram o evento?
Rotary: Tinhamos muito medo de não dar tanta gente, por ser uma festa de pop e local diferente da biologia, que fazia mais Cervejadas, mas foi bem gostoso. Muitos amigos da biologia foram, alguns nem tinham tanta afinidade com pop, mas foram [pra Apoptose] por sermos nós dois organizando, decidiram apoiar, e no fim gostaram da proposta e das músicas. Tiveram muitos momentos marcantes, a caixa de som caiu no começo da festa e a gente achou que o role ia pro buraco, mas o responsável do som nos ajudou na hora. Nessa hora, quando o som parou, as pessoas começaram a cantar Kesha no gogó. Nós ficamos muito preocupados pois aconteceu no começo do nosso set.
Carlyyxy:
Na época não pensávamos como hoje, de início tentamos fazer um rolê que tinha nossa personalidade, mas não cem por cento, porque precisávamos abranger todo o curso de biologia e chamar a atenção das pessoas fora do curso. Lembro que nos pediram pra abordar mais funk, e não tinha como dizer não, pois éramos patrocinados. Aí precisamos aceitar algumas coisas, e no fim um dos momentos marcantes foi quando tocou funk. Teve um problema na caixa do som e uma confusão posterior com uma pessoa que também foi bem marcante, mas isso eu abafo.
Rotary: De músicas, que me lembro bem, era que abrimos a pista e demoramos um pouco pra tocar o que planejamos pois as pessoas não chegavam, elas foram chegar um pouco mais tarde, por volta de oito horas [A festa começou às sete]. Não conseguimos tocar tudo que queríamos, tocamos o que queríamos mais pro final, mas não deu tempo de tocar todo o set planejado.

(APOPTOSE/Reprodução)

Carlyyxy: Eu lembro que eu e o Rotary tocou tipo quatro ou cinco músicas só de K-pop nos primeiros momentos porque não ia ter ninguém. A gente sabia que não ia ter ninguém. Então tipo mesmo a gente querendo fazer um rolê envolvendo K-pop, a gente tinha muito medo ainda de tocar sabe? Naquela época eu e o Rotary éramos totalmente inexperientes com tocar, não que hoje em dia sejamos DJs profissionais, mas na época a gente literalmente ficava tipo, meu Deus, será que é esse botão? Enfim, momentos marcantes: eu e o Rotary tocando sem ter muita noção.  Mas outra coisa que marcou foi o fato de eu e o Rotary sermos calouros ainda. Me marcou muito assim. A gente conseguir fazer um rolê que deu certo e tipo que deu muito lucro assim né? Pra um primeiro rolê só de pop aqui.
Rotary:
  Inclusive nossa só momentos marcantes nesse rolê aí, a gente pensou, eu e o Carlos pensamos porque a gente abriu o rolê e a gente ia fazer nossa primeira uma hora depois ia tocar o Licas, a Natalia Held e por último o Porcelana. Daí a gente falou, ai vamos fazer uma primeira meia hora mais ou menos de música que ninguém gosta, daí o Carlos deixou nas minhas mãos porque ele é um tonto e falou faz aí uma meia hora de K-pop, ai eu coloquei Loona, Everglow, coloquei umas músicas assim que eu gosto muito e tipo eu toquei e só que mesmo assim no final não tinha chego as pessoas o suficiente elas foram chegar bem depois, tipo quando a gente já estava tocando umas farofa começou a chegar bastante gente na verdade
Outro momento muito legal que teve foi que foi chamado um grupo de dança, então um pouco anterior do set de funk, teve um grupo de dança que foi apresentar e eles fizeram coreografia e foi algo muito divertido e muito diferente do que a gente tinha visto anteriormente na biologia também.
Carlyyxy:
Uma memória que eu agora foi quando a gente foi tocar e a caixa de som caiu, e quando fomos tocar “Vroom Vroom” da Charli XCX, percebi que tinha baixado uma versão em que o BPM estava acelerado ou um filtro na voz da Charli, fiquei com muita vergonha, querendo me tirar enfiar num buraco, ainda mais tipo depois que o caixa de som tinha caído. Na hora eu fiquei dizendo que a voz da Charli estava daquele jeito por causa da caixa. “Não fui eu não, é essa caixa”.

M: Antes da pandemia acontecer, haviam planos para outra edição?
Carlyyxy: Não haviam planos para outra Apoptose, mas ao mesmo tempo, internamente, havia. [A segunda edição] foi algo que ficou na minha cabeça, mas nunca certo se voltaria ou não. Este ano, quando as festas voltaram presencialmente, eu tinha comentado com o Rotary sobre a volta, em outro momento ele comentou comigo, mas antes da pandemia não lembro de ter ficado “meu Deus, vamos fazer outra”. 
Rotary: Quando pensei na Apoptose em 2019, imaginava algo mais anual ou uma vez por semestre, pois as festas da biologia aconteciam dessa forma. Então pretendíamos manter este estilo, no máximo duas vezes por ano. Acabamos ficando quietos após a primeira edição, gostamos muito, e apesar de ter sido chamado de AFLOPTOSE [na piada], foi um resultado muito bom para o que estávamos esperando, exceto em algumas questões que nos deixaram com um pé atrás e não nos motivou continuar. Antes da pandemia, não lembro de conversarmos sobre uma segunda edição. Essa ideia só veio este ano, foi muito tempo sem Apoptose e sentimos que estava na hora de explorar nossas ideias. Então, veio a conclusão que o Volume 2 estava na hora de acontecer.

(APOPTOSE/Reprodução)

Embora seja muito cedo para definir que a “pandemia acabou”, o retorno presencial de eventos foi ocorrendo gradativamente entre o fim de 2021 e primeiro semestre de 2022. Carlyyxy, que participa do time Portal Pop3, já havia comentado conosco a respeito da Apoptose fantasiosamente, antes mesmo do retorno ser oficializado.

Quando nos contou a respeito da volta, sugerimos se eles teriam interesse em conceder uma entrevista sobre o evento. Enquanto a conversa foi sendo desenvolvida, surgiu a ideia de fazer um featuring especial e novo tanto para nós quanto para a festa. E o feat. veio aí! O Vol. 2 da Apoptose possui parceria com o Portal Pop3, e a partir de hoje publicaremos algumas matérias explorando o evento até sua estreia, e tem entrevistas chegando logo mais! Para acompanhar a nossa cobertura especial da Apoptose, basta acessar nosso menu e procurar por “Pop3 Tour > Apoptose”.

Agora, seguiremos para a segunda parte da entrevista, onde conversei a respeito do retorno da festa:

(APOPTOSE/Reprodução)

M: Assim como um grupo de K-Pop, vocês entraram em um pequeno hiato e anunciaram o comeback. Quando surgiram as primeiras ideias de produzir uma nova edição?
Rotary: A gente sempre ficava brincando sobre a Apoptose, eu e o Carlos, sobre ser o melhor rolê da biologia, só que a gente começou a falar de forma séria após um tweet do Carlos falando “ai, tava pensando na apoptose”, algo assim, e eu respondi bora. E agora estamos aqui, fomos atrás da arte, logo, patrocínio, DJs e vamos botar a cara a tapa para uma edição nova. Foi tipo um fogo que surgiu um do nada, mas funcionou assim. 
Carlyyxy:
As primeiras ideias surgiram mais ou menos esse ano, um pouco antes das aulas voltarem presencialmente. De pegar firme mesmo e desenvolver, foi em março. Mas chegou um momento que entendemos que precisávamos ter um tempo para desenvolver as ideias, que está sendo agora, nas férias da faculdade. 

M: Pra quem não foi na primeira Apoptose e vai decidir se irá comprar o convite neste momento, como vocês resumiram a festa (leia-se venderiam o peixe)?
Carlyyxy: Eu lembro que foi uma festa muito icônica para mim, ela misturava coisas da biologia, tipo chá de pinheirinho e uma mistura de pessoas da biologia e algumas pessoas novas que não estavam presentes nas festas da atlética da biologia. O local era diferente [Cemitério de Automóveis], então soou muito novo. Na época, as festas Pop em Londrina eram escassas, lembro somente da Frootaria. Então foi uma experiência diferente pra mim.
Rotary: Criamos a Apoptose como um espaço para uma diversidade de sons baseados na música Pop, principalmente para nosso universo de festas da biologia, que eram bem polarizados. E eu lembro que queria um espaço [evento] para ouvir mais K-Pop, além de Boombayah, só que alternando para outras vertentes da música. Teve muita variedade, músicas de chorar, dançar, línguas diferentes, trouxemos “cores diferentes” da música: teve pra quem gostava muito da Charli, farofada, Spice Girls, bastante diferença em gostos musicais, mas contemplado.

(APOPTOSE/Reprodução)

M: São quase dois anos entre a primeira edição e o Vol. 2, quais músicas lançadas de 2019 pra cá vocês estão mais ansiosos pra ouvir na pista?
Rotary: Eu espero escutar de tudo um pouco, eu quero na pista o que o pop consegue ofertar nos streamings. Desde um som K-Pop, “Star” do Loona até Whitney Houston, como “It’s Not Right But It’s Okay”. Um R&B gostosinho, “Anything” da SZA seria muito gostoso de escutar,  a música “forever” da Charli XCX também seria legal. De tudo um pouco, de cada nicho. Das cacuras às novinhas, tudo.
Carlyyxy: Estou muito ansioso para ouvir músicas que o Loona lançou na pandemia, como “Why Not?”, mas não quero que pareça que é uma festa só de K-Pop, também quero muito ouvir Pop Alternativo, tipo HAIM, que é raríssimo de ouvir em festas. Sei que parece um som desanimado, mas tem muitas pessoas que gostam, sabe?
Também queria ouvir Phoebe Bridgers, eu lembro que toquei uma música dela em uma festa, e apesar de ser um som extremamente depressivo, foi uma sensação muito boa porque alguns conheciam a música e se surpreenderam ao ouvir. Apesar de gostar de músicas mais animadas e fritação, queria que a Apoptose fosse um mix coeso de vários ritmos, desde farofas antigas à farofas atuais, enfim.

(APOPTOSE/Reprodução)

M: A Apoptose é a primeira festa que o Portal Pop3 irá apoiar, será que podemos soltar algum spoiler do que vem por aí?
Carlyyxy: Então, essa parceria com o portal vai ser única, eu estou muito ansioso porque vai ser a primeira vez que to vendo isso acontecer aqui em Londrina e os spoilers a gente vai dar em breve nas redes sociais da Apoptose, no nosso instagram @festa.apoptose kkkk.
Rotary: Ainda não hahah, mas por enquanto a gente preparou uma playlist com nossas influências pra quem quiser conhecer um pouco da festa!

(APOPTOSE/Reprodução)

M: Agora que o Vol. 2 foi anunciado, nós vamos dar um furo que descobrimos no backstage: vocês são os primeiros DJs anunciados pro evento! Podem nos contar o que planejam (como DJs) para o evento? O que o público pode esperar musicalmente de vocês?
Carlyyxy: Acho que a gente pensa em meio que mesclar nossas personalidades já que nesse role vamos ter toda a liberdade criativa que em outros roles nós não tivemos. Tocar um pouco de artistas que eu amo muito como Paramore, Mitski e Phoebe que se encaixam como pop alternativo mas também englobar o KPop e o Synth que o rotary curte tipo IVE, Loona e tals. E também incluir a farofada tipo Robyn, Jessie Ware, Britney, Gaga, e por aí vai.
Rotary: eu concordo com o Carlinhos, acredito que vai ser uma boa mistura de tudo que nós gostamos. Dentro do pop tem muita coisa, desde pop rock Avril Lavigne até um pop bem chiclete como Katy Perry, tentaremos englobar tudo isso em nosso set e um pouco mais.

Para acompanhar todas as novidades da Apoptose, siga o perfil oficial no Instagram.

Os ingressos da Apoptose podem ser adquiridos na plataforma Na Muvuka, o valor é R$15. No dia, o evento custará R$20. Boatos que estaremos presentes, se nos ver, diga oi!

Tags: , , , , , ,
Quando criança e no auge da internet discada, imitei a performance de "Naked" das Spice Girls em Istambul na cadeira do computador. Minha mãe entrou no quarto e viu a cena, foi constrangedor. Não veja essa performance no YouTube.