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APOPTOSE: Nane é a DJ que une Pop atual com uma boa farofa temperada dos anos 2000 (Entrevista)

Se tornando DJ pouco antes da pandemia, Nane é uma das principais vozes feminina no cenário Pop londrinense

Publicado em 5 de agosto de 2022, por Apoptose, Entrevistas, O Pop de Londrina

Se você consome música Pop, em algum momento da vida deve ter ouvido falar do termo “Pop Farofa”. Ambíguo, a conotação deste termo pode ser positiva ou negativa. Mas o que significa de fato?

Não há uma definição “oficial” para o termo, mas trago duas definições baseadas na minha própria visão!

Definição 1: O Refrão Eletrônico

Pensando na época do surgimento da palavra “Pop Farofa”, muito usada nas comunidades do Orkut sobre Divas Pop, se referia à canções Pop com grande influência de Tecno. São músicas a partir de 2009 que usam o Eletrpop e Dance como base, camadas de autotune e músicas que antecipam o refrão antes do primeiro minuto, e em muitos casos, o refrão quase nunca é cantado, pois é dominado por uma batida forte eletrônica com alguns backing vocals.

Um dos grandes responsáveis pela popularização deste estilo Pop no início da década de 2010 foi Max Martin, hitmaker desde os anos 1990. A partir dele, outros produtores como Calvin Harris, will.i.am, Fernando Garibay construíram grandes clássicos seguindo a fórmula, entregando grandes hits para artisas como Lady Gaga e Rihanna. Desta fase, considero que o grande protagonista do movimento foi RedOne, que provavelmente te fez lembrar de músicas que citam a palavra “RedOne” no início da canção, como esta aqui. Aqui no Brasil, Gorky e Boss In Drama foram produtores que popularizaram o estilo nos estados do país.

Definição 2: Tudo aqui é comercial

Os anos se passaram e o Pop Farofa não seria a tendência principal do momento. Após anos que entregaram hits super dançantes como este aqui, o Pop se reinventou a ponto de diversas “Divas” abandonarem as canções dançantes e artistas com sons não-comerciais ganhassem espaço, como Lana Del Rey e Florence + the Machine. Ainda que essa tendência aumentasse, a Farofa ainga ganhou um fôlego com diversos remixes que dominavam as rádios e pistas, resultando até em artistas chegando ao topo das paradas com um Remix, fenômeno quase raro.

Mas, a partir de 2016, o Pop Farofa oficialmente dava lugar ao “Pop Conceito”. Antes dominadoras das festas, Rihanna e Beyoncé caminharam para sonoridades mais R&B, enquanto Lady Gaga recebeu uma carta psicografada de sua tia Joanne, resultando em um álbum tão country quanto a Angêla Bismarch cantando “Clima de Rodeio“. Mesmo que alguns jurassem de pé juntos que o Pop dançante havia morrido, ainda sim ganhávamos canções que traziam uma nova cara para a farofa, com outras batidas, construções de versos e produção. Vai me dizer que nunca dançou em uma festa ao som de “Green Light”, da Lorde?

Hoje, Pop Farofa pode significar para alguns tudo aquilo que é comercial, dançante e faz parte dos charts e rende milhões de vendas. Não só Divas Pop Internacionais, mas nacionais também, como Anitta e Pabllo Vittar. E talvez essa seja a melhor definição para entendermos o que é Pop Farofa e como se aplica nas pistas: são aquelas canções que o povo sabe o primeiro verso decorado, dança sem parar e agrada mais de 80% das pessoas que estão no âmbiente. Desde um Future Nostalgia até Renaissance, o que faz o Pop ser Farofa é ser aquela mistura de bubblegum pop (pop chiclete) com Dance e Tecno.

E é pensando no Pop Farofa que o Portal Pop3, em parceria com a festa Apoptose, anuncia mais uma atração do evento que acontercerá na próxima sexta-feira, 12 de agosto: a DJ Nane, fã assumida de Pop Farofa e uma das principais vozes femininas nos CDJs e Controladoras e Virtual DJ da cidade de Londrina – PR. Atuando como DJ desde 2019, Nane vive seu auge como DJ, discotecando com frequência em festas, bares e baladas. Conversamos com a DJ rapidamente durante sua semana atarefada, para saber um pouco de sua carreira e a Apoptose. Confira a entrevista a seguir!

Presskit de DJ. (Ari Rodrigues/Reprodução)

João: Quando você decidiu ser DJ?
Nane: Eu sempre fui muito apaixonada por música, desde criança escutava muito rádio e sempre ouvia bastante MPB e o Pop — isso fez com que eu me apaixonasse cada vez mais, quanto mais musicas escutava mais me apaixonava por elas, sabe? E eu tinha um leve interesse em tocar desde que um dia eu e alguns amigos produzimos a festa: “Me Filma e Me edita”, a alguns anos atrás e desde lá veio o interesse, porém nunca me sobrava tempo para poder correr atrás de fazer um curso, ou até mesmo pedir para algum amigo me ensinar porque até mesmo eu, na época, julgava que ser DJ era só ir lá e apertar o play. Em 2019, mais ou menos, na metade do ano, alguns amigos meus, que organizam uma festa chamada Frootaria, me fizeram um convite, se não queria tocar na festa, e até então não tinha curso e nem nada, porém aceitei o convite deles e falei que iria tocar só após fazer um curso, e foi quando descobri que ser DJ não era só apertar o play que envolvia muito mais coisas que isso… E desde então, nunca parei mais de estudar música com destaque no POP e suas vertentes… O curso me proporcionou que tocasse algumas boates de londrina como o SoHo, terça Bit, NYL, porem meu grande Debut foi na Frootaria na virada do ano de 2019 para 2020.

(FROOTARIA/Reprodução)

João: Como tem sido a experiência de trabalhar como DJ, especialmente pós-pandemia? Leva como profissão ou é mais um hobbie?
Nane: O role pós-pandemia tem sido tudo, porque agora tão voltando as festas né? O que a gente necessita pra poder trabalhar como DJ. Mesmo tendo feito e participado de alguns roles virtuais durante a pandemia, não é a mesma coisa. Você não sente aquela energia do público sabe? Porque a melhor coisa de tocar, é sentir a energia do público. Eu levo como profissão porque eu já to terminando o meu segundo curso de DJ, pra melhorar as habilidades e o meu desempenho tocando né, sempre bom. Mesmo lembrando que eu já tenho outra profissão, mas nada interfere uma na outra.

(CARNA OLOO 2022/Reprodução)

João: Atualmente você é uma das representantes de Pop farofa na cidade, o que significa “Pop Farofa” pra você e por que acha importante esse ritmo nas festas?
Nane:Sou uma das representantes? Hahaha fico lisonjeada em saber disso… O Pop Farofa para mim basicamente são aqueles trend hits, aquelas faixas que 90% das pessoas [em uma festa] gostam de escutar. Esse ritmo é super importante porque é ele quem faz a maioria da galera dançar realmente, e é o que normalmente o público em sua maioria vem pedir. Geralmente, conforme você vai tocando, você vai sentindo o público e percebendo a reação das pessoas, e quando você toca esse Pop Farofa, tanto Pop Nacional, como o funk mesclado com o Pop — Pop Funk, quanto o Internacional, a galera transtorna, a galera vai para cima, a pista fica super animada e você vai observando que conforme você vai tocando um Pop, vamos dizer, mais “conceito”, uns 80% das pessoas já não curtem tanto quanto o Pop Farofa. Fora tudo isso que podemos sempre exaltar as nossas divas do pop como Beyoncé, Lady Gaga, Madonna, Jennifer Lopez, Chali XCX, Anitta, Luiza Sonza e muito mais outras artistas que não podem faltar na noite
Mas não que eu também não goste e não toque Pop “conceito” também haha porque eu acho tudo também.

(FROOTARIA/Reprodução)

João: Sobre a Apoptose, quais suas expectativas para a edição?
Nane: Minhas expectativas estão lá em cima!!! Quando me fizeram convite para tocar na festa, cheguei a comentar com uns amigos que foram na primeira edição [em 2019] e foram só elogios, e isso esta deixando muito animadíssima para tocar e que chegue logo dia 12/08.

João: Me dá um spoiler do seu set, o que o pessoal pode ouvir?
Nane: Sobre meu set os únicos spoilers que posso dar no momento é que terá muito pop internacional, pop nacional , sendo uma mistura de pop atual com pop dos anos 2000, e que posso adiantar é que prepara a água que a farofa está chegando, um set que não quero ver ninguém parado um minuto!

(ArraiaOloo 2022/Reprodução)

A Apoptose acontecerá dia 12 de agosto, na próxima sexta-feira. Você pode comprar seu ingresso na plataforma Na Muvuka. Para mais informações sobre o evento, veja nossa página especial da festa!

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Apaixonado por cultura pop, literatura, entretenimento e baboseiras úteis. Se Fernanda Young e Katy Perry tivessem tido um filho, seria eu.