Dua Lipa se emociona e faz público perder a voz com tantos hits na Future Nostalgia Tour (Review)
O Portal Pop3 esteve no show de Dua Lipa por meio da correspondente Karolina Corbani, que conta com exclusividade suas impressões
Publicado em 10 de setembro de 2022, por Karolina Corbani • O Pop do BrasilHá quem culpe Manu Gavassi e há quem culpe a extensa divulgação da canção, mas o primeiro single da era Future Nostalgia, “Don’t Start Now”, elevou a Dua Lipa como gigantesca superstar no Brasil. E o sucesso continuou com os singles posteriores — de “Phisycal” a “Levitating”. Esse sucesso resultou na confirmação da artista no Rock In Rio como headliner no Palco Mundo. Logo após, um show extra e único foi anunciado no Distrito Anhembi, em São Paulo.
A apresentação aconteceu na última quinta-feira (8) com um repertório praticamente perfeito, sendo marcada pela artista emocionada com o gigantesco amor dos fãs e um local que não fez jus ao seu poder. Eu estive lá e agora vou contar minha experiência!

(Live Nation/Reprodução)
Nascida no Reino Unido, Dua Lipa construiu uma carreira lentamente, mas de forma consolidada, até chegar na potência que é hoje. No Brasil, se destacou com o single “New Rules”, que tomou conta das playlists no Spotify e nas baladas — inclusive, eu a conheci com essa música. Seu sucesso foi crescente aqui e no mundo, ganhando o prêmio Grammy em 2019 como “Best New Artist” e lançando parcerias de sucesso, principalmente o smash hit “One Kiss” e sua dancinha.
Mas seu ápice foi com o álbum Future Nostalgia — conceituado como uma grande homenagem ao disco, dace, synthpop e aos anos 1970-1990. Aclamado pela crítica, o álbum rendeu seis singles entre o fim de 2019 e início de 2021, se provando um grande sucesso comercial mesmo lançado durante o período de pico da pandemia de covid-19. Nesse contexto, é válido destacar que as datas da Future Nostalgia Tour foram diretamente afetadas.
Dua Lipa em São Paulo: uma experiência no Distrito Anhembi

(Portal Pop3/Reprodução)
O primeiro show de Dua Lipa com sua atual turnê no Brasil aconteceu no Distrito Anhembi, mesmo local destinado anualmente ao carnaval paulistano e que abrigará a primeira edição do tão aguardado Primavera Sound. Os portões abriram por volta das 15h30 e já haviam pessoas à espera para garantir uma visão melhor da apresentação da artista. Cheguei por volta das 16h, conseguindo ficar “próxima” da grade da pista.
A estrutura da turnê ocupou boa parte do Sambódromo, na “linha reta” que abriga os carros alegóricos. Mesmo o local comportando várias pessoas, a sensação de aperto foi desagradável para pessoas como eu, que optaram pela Pista Comum. Enquanto parecíamos “enlatados” à cada chegada de novos grupos de pessoas, a Pista Premium possuía espaço de sobra e não parecia cheia.
Existia um boato/meme que Priscilla Alcantara faria a abertura do show, o que apavorou alguns, principalmente pela recente repercussão da artista performando um cover de “Born This Way”; a nova versão até mesmo excluía a estrofe sobre a comunidade LGBTQI+. Mas no fim, a escolha da abertura foi de uma DJ, que tocou durante exatos 30 minutos. Coitada! Ela não agradou a maioria dos fãs, pois o som estava baixo e o setlist da discotecagem era muito perdido, visto que ela tentava mesclar músicas antigas com o funk, por vezes quebrando o Drop das músicas. Dessa maneira, boa parte do público não se empolgou com o som.
Finalmente, ao anoitecer, os fãs de Dua Lipa já entravam em uma grande nostalgia futurista. A introdução lembrou programas dos anos 1970 e 1980, especialmente séries que realizavam apresentações do elenco. Em uma sacada genial, os dançarinos ganhavam destaque antes da cantora aparecer no telão.
Após essa introdução, Dua Lipa entrou no palco, iniciando o show com “Physical”. Ela estava maravilhosamente vestida com um macacão verde, entrando na estética de catsuits que adotou para a turnê. De alguma forma, havia uma referência direta com os famosos macacões que os integrantes do ABBA usaram em seus concertos de 1979, algo que foi relembrado por Madonna na Confessions Tour. Seria o macacão um sinal de show bom?
A primeira parte da apresentação pode ser definida com a palavra “entrega”. Ela aparentou estar muito surpresa com a recepção, interagiu diversas vezes e fazia o público ir ao delírio sempre nos primeiros segundos de uma música — um setlist impecável para quem ama Future Nostalgia e os seus maiores hits. Dua Lipa superou minhas expectativas como performer, sua energia me fazia sentir animada a todo tempo e parecia estar genuinamente feliz com a maré de pessoas à sua frente. Minha parte da favorita do show foi ainda no começo, com minha música favorita dela, “Pretty Please”. Estava num misto de cantar e chorar, foi lindo!
📹| PERDI TUDO! Dua toda felizinha e emocionada com o público brasileiro. ❤️🔥 #FNTourSaoPaulo pic.twitter.com/3ucaoTPAXS
— Central Dua Lipa (@mediacdlbr) September 9, 2022
Ainda que a primeira metade já tenha sido boa, a partir do momento em que havia uma menção ao “amado” pelos fãs Club Future Nostalgia — álbum de remixes produzido por Blessed Madonna, o show se tornou ainda maior. Com um mashup dos remixes, que incluiu uma animada menção a “Hollaback Girl”, de Gwen Stefani, a última parte do show incluiu gigantescos hits e músicas que os fãs e público geral conhece — a sequência incluiu “One Kiss”, “Electricity”, “Hallucinate”, “Cold Heart (PNAU Remix)”, “Future Nostalgia”, “Levitating” e o encerramento “Dont Start Now”.
Ao contrário de shows que costumam ficar “mornos” até uma última sequência de hits, o show dela foi ao contrário — ligado no 220 o tempo todo. Mesmo quem não conhecesse todas as músicas dos álbuns, as canções ali atingiam a grande maioria. Dua e sua banda permaneceram no palco por aproximadamente uma hora e trinta minutos; durante todo esse tempo todos — principalmente os dançarinos — entregaram seu melhor para os fãs presentes.
O show foi encerrado por volta das 22h. Como artista, Dua Lipa foi impecável, mas, infelizmente, a apresentação também foi marcada por alguns erros logísticos por parte da organização. O local não parecia o melhor para comportar o show, que se tornou muito distante para as pessoas atrás de mim na pista. Um tweet realizado pelo influencer lucy brincou que as pessoas ao lado de fora do Distrito Anhembi conseguiram assistir Dua Lipa com mais facilidade do que aqueles que estavam no final da pista.
e o @fkadouglas que viu o show da Dua da rua e deve ter visto melhor do que quem tava mt longe na pista pic.twitter.com/NQxy6ynAxu
— lucy (@alvesluc_as) September 9, 2022
Durante o show, houve pessoas transitando com caixas para vendas de bebidas. Embora seja comum, para a Pista Comum isso foi algo tenso, pois estava apertado e sempre que esses vendedores apareciam um empurra-empurra acabava acontecendo. O preço das bebidas também desagradava, paguei R$10 por uma água, única coisa que consegui consumir no local.
O final acabou sendo mais caótica que a pista enlatada: ficou impossível achar um motorista de aplicativo e a internet móvel não estava funcionando direito devido ao grande uso de muitas pessoas ao mesmo tempo. Os seguranças praticamente empurravam todos para fora do Distrito Anhembi. Levei mais de uma hora pra conseguir ir embora e ainda tive que andar em direção à Marginal Tietê para que algum motorista me aceitasse por um preço bem elevado.
Dessa maneira, fica uma dica para aqueles que vão ao Primavera Sound: abasteçam suas pusleiras para se hidratar, e torçam para que o espaço seja melhor aproveitado. De preferência, se optarem por ir embora com carros de aplicativo, agendem previamente a corrida.

(Portal Pop3/Reprodução)
Em geral, pensando apenas no show, Dua Lipa foi ARTISTA. Em certo momento, ela se emocionou e agradeceu ao público de São Paulo, dizendo que era uma satisfação voltar após três anos e ver todo mundo cantando junto com ela. Mas acho que a satisfação foi maior para os fãs presente: que sorte tivemos de acompanhar a artista no seu auge. Este show já me traz nostalgia, mesmo tão recente. Seria essa sensação um Future Nostalgia?