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11 minisséries que são PERFEITAS do início ao fim

Um guia para quem precisa garimpar os streamings ou simplesmente não sabe o que assistir.

Publicado em 3 de abril de 2022, por Listas, Séries e TV

“Mas, do meu ponto de vista pessoal eu vou dizer: é uma obra prima” – BOSCOV, Isabella.

Minisséries são muitas vezes esnobadas por pessoas que gostam de maratonar, se apegar e realmente gastar um tempo de suas vidas em total devoção a um grupo de personagens e a uma história. Porém nesse post enalteceremos minisséries e narrativas curtas para a televisão que de sua forma impactaram os espectadores e críticos devido à boa qualidade, atingindo em alguns casos uma suposta “perfeição” ao esbarrarem com os espectadores.

O Auto da Compadecida

Brasil, 1999. Criada por: Guel Arraes

(TV Globo/Reprodução)

Chicó (Selton Mello) e João Grilo (Matheus Natchergaele)  acabaram por se tornar dos mais influentes personagens fictícios do audiovisual brasileiro. Além de engraçada, a minissérie toca em situações da vida do interior do nordeste, como senhores donos de terras, seca, cangaceiros e também coisas comuns à vida interiorana como fofocas, traições e religiosidade que se mistura com crendices. Com a direção primorosa de Guel Arraes, a minissérie se transformou num sucesso, mas que assim como várias da Globo, também ganhou um corte para o cinema, muito reprisado. A comédia dramática é baseada na peça homônima de Ariano Suassuna. Em 2020 teve o processo de restauração do analógico a digital concluído, ganhando um reprise na TV, dessa vez da minissérie.

Disponível em: Globoplay. Episódios: 4

My Mad Fat Diary

Reino Unido, 2013-2015. Criada por: Rae Earl.

(Channel 4/Reprodução)

Baseada no livro de mesmo nome, que narrava, a partir dos escritos do diário de Rae Earl, escrito em sua adolescência que retrata as dificuldades da protagonista de mesmo nome em seu processo de aceitação e de superação de um transtorno alimentar, bulimia e depressão. Temas absurdamente tensos, difíceis e dolorosos de se ver em tela. O que a série mantém desde o primeiro episódio é a vontade da protagonista de ter algo diferente, viver num mundo diferente, e nesse fio condutor o programa alcança os melhores patamares, seja no roteiro, na direção ou atuação, equilibrando as dificuldades com os momentos felizes e mostrando uma jornada de superação que para aquela personagem era plausível naquele momento histórico. [Creep – Radiohead começa a tocar ao fundo].

Indisponível no Brasil (vá para t*rrent e afins). Episódios: 6 nas temporadas 1 e 2, 3 na temporada 3.

Em Prantos (The Cry)

Reino Unido/Austrália, 2018. Criada por: Jacquelin Perske.

(BBC One/Reprodução0

Baseada no livro de mesmo nome da autora Australiana Helen FitzGerald. Na minissérie a personagem de Joanna (Jenna Coleman) é uma mãe de primeira viagem, mantendo um relacionamento com um homem mais velho e de maior poder aquisitivo que ela, Alistair (Ewen Leslie). A trama dos dois surge não só de um relacionamento conturbado, mas do fato de Joanna ter tido seu primeiro filho com ele e se sentir péssima como mãe de primeira viagem. O primeiro episódio é desesperador, boa parte dele se dá com o bebê chorando. A autora do livro abre espaço para o público se questionar sobre tudo o que ocorre com a personagem: relacionamento abusivo? Depressão pós-parto? O fato é que a série é um thriller, antes de qualquer coisa então se deixe levar pela investigação complexa que é apresentada de cara na série.

Indisponível no Brasil (vá para t*rrent e afins).  Episódios: 4

Nada Ortodoxa (Unorthodox)

Alemanha, 2020. Criada por: Anna Winger.

(Netflix/Reprodução)

Em Nada Ortodoxa, o roteiro é livremente inspirado na obra de Deborah Feldman, e mostra uma protagonista de família judia ortodoxa em seu processo de emancipação da religião. Apesar de ter semelhanças com algumas manifestações religiosas mais próximas do mundo ocidental, uma comunidade judia ortodoxa é extremamente fechada, vivendo a parte da sociedade, então para Esther (Shira Haas) a situação é a mais difícil de sua vida. Em 4 episódios poderosos a série disseca as vivências da comunidade, os ritos e também os preconceitos e limitações intelectuais que se passam naquela comunidade judaica tão específica.

Olhos Que Condenam

EUA, 2019. Criada por: Ava DuVernay.

(Netflix/Reprodução)

A condenação terrível de um grupo de adolescentes negros e latinos são presos por estarem no lugar errado e na hora errada (exceto aos olhos da justiça).  Ao mesmo tempo em que os protagonistas aparentam em estar no mesmo local em que uma mulher (branca) acaba sendo estuprada e esta cena inicial estar em completa nebulosidade no início, fica claro logo no primeiro episódio o quanto as acusações são insossas, e prender garotos negros se torna uma opção viável à promotoria do caso. Em todo episódio o alongamento do processo se torna mais aflitivo que o anterior e corta mais o coração do espectador.

Disponível em: Netflix. Episódios: 4

It’s a Sin

Inglaterra, 2021. Criada por: Russel T. Davies.

Bastidores de It’s a Sin (Channel 4/Reprodução)

Em It’s a Sin, ele adapta a vida de amigos, conhecidos e pessoas próximas a ele no período da explosão do vírus da Aids no mundo, ou mais especificamente na Inglaterra (meados de 1980). Mantendo o nome da república que um grupo de amigos utilizava (The Pink Palace), as histórias reais são ajustadas a amigos e conhecidos (foco em Jill Baxter) LGBTs e aliados que foram perdidos, próximos ou não, a ele. Russell utiliza uma linguagem dinâmica, tanto que não precisou de mais de 5 episódios para desenvolver sua trama: alerta sobre disseminações pandêmicas, retrata um recorte específico da época, lembra e honra a memória dos que foram perdidos além de abraçar todas as situações referentes aos gays (principalmente) que são vistas por pessoas mais conservadoras de maneira brusca, nojenta ou promíscua.

Disponível em: HBO Max. Episódios: 5

A Very English Scandal

Inglaterra, 2018. Criada por: Russel T. Davies.

(BBC/Reprodução)

Novamente de Russel T. Davies, a minissérie parte do princípio de um caso real de “Sugar Daddy” num escândalo político no Reino Unido. O personagem de Hugh Grant, Jeremy Thorpe, mantém durante um tempo um jovem pobre e humilde sob sua tutela, Norman Scott (Ben Winshaw) que começa a se rebelar contra ele. Por mais cômica e previsível que possa ser a ironia de um político conservador ser secretamente gay, a história explora os problemas psicológicos que Norman enfrenta, já que esta situação ocorreu num período de preconceito escancarado, antes mesmo da epidemia de HIV. Expõe também a homofobia tenebrosa que cerca o sistema jurídico da época, mas que pode se comunicar com o atual.

Indisponível no Brasil (vá para t*rrent e afins).  Episódios: 3]

Band of Brothers

EUA/Reino Unido, 2001. Criada por: Tom Hanks e Steven Spielberg.

(HBO/Reprodução)

Adaptação do livro de Stephen E. Ambrose, Band of Brothers não foca num arco de um personagem apenas mas se limita a um espaço e tempo, restringindo-se ao dia a dia da Easy Company, uma divisão da força aeronáutica dos Estados Unidos durante a segunda guerra mundial e o dia D. Nela são abordados temas como liderança, passagem da vida, reações em momentos tensos de ataque, descartabilidade dos soldados, com foco na relação entre os homens do exército. Misturando um pouco de documentário a série é um achado para quem gosta do tema ou não.

Disponível em: HBO Max. Episódios: 10

Mare of Easttown

EUA, 2021. Criada por: Brad Ingelsby.

(HBO/Reprodução)

Todos os personagens desta minissérie são maravilhosos. E todos são suspeitos. No que poderia ser “mais uma trama de assassinato”, Mare of Easttown inova trazendo elementos humanos à uma narrativa bem comum de intrigas e mistérios. Por se passar numa cidade pequena, a sensação de que todos sabem alguma coisa e que o assassino está em alguma das personalidades é constante, e o roteiro sempre te leva a crer nas pistas erradas. Mare (Kate Winslet) tem um arco estupendo e dilacerante, sendo uma das melhores protagonistas em séries da última década.

Disponível em: HBO Max. Episódios: 7

Chernobyl

EUA/Reino Unido, 2019. Criada por: Craig Mazin.

(HBO/Reprodução)

Contada por americanos, sempre podemos querer apontar o dedo do imperialismo e da falsa propaganda contra eles, mas nesse caso a história da explosão do reator nuclear e como a cidade de Chernobyl foi negligenciada: não há imperialismo americano que possa fazer a mensagem que a série transmite menos potente, pois pessoas morreram por pura estupidez, negacionismo científico e desejos de propaganda positiva para a URSS. Já sabendo de alguns detalhes ou apenas do macro, a angústia toma conta do espectador conforme a radiação se espalha durante os episódios.

Disponível em: HBO Max. Episódios: 5

Missa da Meia Noite (Midnight Mass)

EUA, 2021. Criada por: Mike Flanagan.

(Netflix/Reprodução)

Mesmo conhecido por A Maldição da Residência Hill e Bly, Mike Flanagan abarca mais temas e vai mais profundo no horror, falando de religiosidade e filosofia. Na minissérie, um padre novo chega a uma cidade ilhada e eventos estranhos começam a acontecer. Uma crítica ferrenha ao monoteísmo conservador, o criador toca na ferida de forma dramática, contundente e certeira. É possível para qualquer pessoa associar os piores personagens da série com pessoas conhecidas, trazendo o terror para dentro da vida do espectador.

Disponível em: Netflix. Episódios: 7

Atualize sua checklist e assista o máximo que puder dessa lista!

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Estudante de Cinema e Audiovisual em formação, "sériéfilo" por consequência, entusiasta de efeitos visuais e crente no poder de transformação social através das artes.