14 séries sem defeitos para você maratonar no streaming
Recomendações de séries para quem não sabe o que assistir nos streamings
Publicado em 15 de abril de 2022, por Guilherme S. Machado • Listas, Séries e TVDe séries ruins, que desandam durante alguma das temporadas ou que não cumprem o propósito que as lançou no mundo inicialmente, sabemos de VÁRIAS. Não são uma, nem duas, nem três séries que perderam a mesma qualidade que tinham ou que simplesmente não tinham apenas acertos, mas também muitos erros, algo que não ornou ou que criou antipatia com público.
Com tanto material de qualidade duvidosa disponível nos streamings (Netflix, Prime Video, Star+ etc.), não é surpresa que uma das maiores reclamações de usuários seja o tempo em que se passa escolhendo um filme ou série. Nesta lista, veremos não apenas séries que são boas, mas séries que entregam ótima qualidade (atuação, produção e direção) dentro do que se propõem e se você gostar do início, provavelmente gostará do meio e do fim.
1. Young Royals
Suécia, 2021. Criada por: Lisa Ambjörn.

(Netflix/Reprodução)
Outra advinda diretamente da Suécia, mas muito mais recente, é o exato oposto da anterior: mostra o processo de um casal se apaixonar. Tudo isso a partir de uma situação bastante clichê nível Sessão da Tarde: o mocinho que se apaixona pela mocinha e há um abismo de classe social entre os dois, sendo que por acaso um deles seja da monarquia. Então sim, temos um príncipe e uma plebeia por aqui. Na realidade o que faz Young Royals ser tão genial é o fato de serem primeiramente um príncipe e um plebeU, uma monarquia atualizada, adolescentes que têm cara de adolescentes e agem como adolescentes.
Ao invés de ser um clichê gratuito a série fala um pouco sobre o engessamento de uma instituição monárquica, pessoas LGBT dentro dela, classe social por se passar num colégio de ricos, mas foca principalmente no casal que se apaixona e se perde em sentimentos e pensamentos. Tudo parece fluir tão bem que pode cair tanto no gostos de adultos quanto adolescentes; não se trata apenas de um romance genérico, mas de uma união de roteiro, produção, atuação e coordenação de intimidade que deixa o trabalho extraordinário.
Disponível em: Netflix. 2ª Temporada atualmente em produção.
2. Fleabag
Reino Unido, 2016-2019. Criada por: Phoebe-Waller Bridge

(BBC/Reprodução)
A saga da jovem adulta de nome esquisito até hoje conquista legiões de fãs, principalmente em certas bolhas do twitter. Há um mérito mais do que necessário, já que a produção é realmente cativante e engraçada. Com trejeitos únicos a personagem levemente viciada em sexo traz muito constrangimento à audiência arrancando gargalhadas com facilidade.
Além dos plots da primeira temporada que são desconcertantes o suficiente, como o homem dentuço com quem ela mantém relações sexuais mesmo sem querer, a segunda ainda apresenta um grande salto para algo mais serializado e mais engraçado ainda do que na primeira, tendo o plot do Hot Priest (Padre gostoso) por quem a personagem se interessa, causando cenas blasfemas da maneira mais hilariante possível.
Disponível em: Prime Video. 2 Temporadas.
3. Mr Robot
EUA, 2015-2019. Criada por: Sam Esmail

(Universal Cable Productions/Reprodução)
A cruzada pela justiça social de um grupo de hackers se torna muito mais complexa quando somos apresentados a um protagonista seriamente afetado por problemas psicológicos (que não sabemos de que ordem são).
Elliot (Rami Malek) se mostra como um gêniozinho levemente macabro, com comportamentos dúbios e vontades questionáveis. Durante a primeira temporada a série foi colocada por boa parte do público dentro do nicho “série de incel” com algumas de suas características. No entanto, seu subtexto apontava e indicava caminhos sobre uma revolução no sistema, problemas no modelo capitalista, um discurso de socialização de meios, apontamentos de falhas em governos e situações de injustiça social.
Disponível em: Prime Video. 4 Temporadas.
4. Good Omens
EUA, 2015-2019. Criada por: Neil Gaiman e Terry Pratchett

(BBC Studios/Reprodução)
Com uma dinâmica eloquente, divertida e coerente, Good Omens traz diversos personagens interessantíssimos, numa narrativa um pouco batida (histórias de fim do mundo) mas muito gostosa de se acompanhar. A dupla David Tennant e Michael Sheen fazem um ótimo par de anjo/demônio e dão o melhor tom dramático possível para a série que, muitas das vezes nem se leva a sério. Fazendo críticas e refletindo sobre o próprio momento em que a série é lançada, a releitura do apocalipse é indispensável a fãs de Neil Gailman, Doctor Who e distopias mais leves.
Disponível em: Prime Video. 1 Temporada. 2ª Temporada atualmente em produção.
5. Parks and Recreation
EUA, 2009-2015. Criada por: Greg Daniels e Michael Schur

(NBC/Reprodução)
Comandada por Greg Daniels e Michael Schur, usa do mockmentary (documentário falso escrachado) e de personagens muito específicos e diferentes entre si que são unidos pelo ambiente de trabalho. Mas aqui a conexão e a comédia dão um passo a mais. Se tratando de uma situação política, onde o ambiente principal que serve de fio condutor para a narrativa ser o escritório do departamento da cidade de interior Pawnee, Indiana, a série desdobra e explora mais os personagens em seus pontos de partida que acabam se repetindo na maioria das séries de comédia dos dois showrunners (Brooklyn 99 e The Office).
Leslie Knope (Amy Phoeler), Ron Swanson (Nick Offerman), April Ludgate e tantos outros personagens inesquecíveis formam uma comunidade mais unida, de humor ágil e com momentos de constrangimento por vezes superiores: Leslie casando pinguim gays, o grupo do departamento atravessando um estádio de hockey sem escorregar no gelo, Clint Barton agente do FBI e vários outros.
Indisponível em Streamings do Brasil. Vá de torrent ou afins. 7 Temporadas.
6. Legion
EUA, 2017-2019. Criada por: Noah Hawley

(FX/Reprodução)
Baseada nos quadrinhos da Marvel sobre o filho do professor Xavier de X-Men, Legion (Dan Stevens). Antes de qualquer coisa é importante ressaltar que os próprios quadrinhos não possuem histórias totalmente lineares e são uma “pira” a parte. Partindo desse princípio a série também aproveita todas as brechas que têm para viajar e confundir o espectador: o que seriam poderes mutantes e o que seria loucura do personagem?
Enquanto que utiliza de um aparato, uma bagagem e uma maestria que poucas vezes se viu em séries de TV, ainda mais em 2017 onde os orçamentos eram menores do que os de hoje em dia, onde os streamings querem dominar todo o mercado. Não espere nada de Legion e seja surpreendido por visuais descabidos, dúvidas a todo tempo (mas com explicações até o final) e aproveite o processo. Seus sentidos se afetarão de alguma forma.
Disponível em: Netflix. 3 Temporadas.
7. Manhãs de Setembro
Brasil, 2021-. Criada por: Josefina Trotta

(Prime Video/Reprodução)
Liniker de protagonista numa série de TV é realmente um evento. Junto com Karine Telles e Thomás Aquino o roteiro segura essas atuações de peso com uma mistura de naturalismo e realismo cinematográfico tomando muito cuidado com os assuntos que tocam: a tentativa de uma mulher trans de segurar as pontas numa grande capital e com um filho de um relacionamento passado voltando para sua vida.
A relação entre ela e cantora Vanusa é tocante, virtuosa e desperta um pouco de aconchego e identificação com o espectador (LGBT ou não). Uma trajetória de família disfuncional sem muito de novo ou revolucionário, mas que coloca no debate outros corpos, outras histórias, sem muito holofote e geram um produto de qualidade elevadíssima.
Disponível em: Prime Video. 1 Temporada. 2ª em produção.
8. genera+ion
EUA, 2021. Criada por: Daniel Barnz e Zelda Barnz

(HBO Max/Reprodução)
Ao mesmo tempo que falar de uma série cancelada é chato pelo fato dela terminar sem um final fechado, é também melhor que algumas outras dessa lista que ainda estão em processo de produção de novas temporadas, pois estas ainda podem ficar muito ruins conforme os novos episódios saiam. genera+ion e seu cancelamento, ao meu ver, apontam muito mais algum detalhe de audiência ou polêmica do que algo relacionado à qualidade. É basicamente um Freaks and Geeks, onde anos depois as pessoas não entendem o porquê de seu cancelamento e os atores acabam bombando.
Um pouco confusa nos 3 primeiros episódios, a série chega tímida mas mostra logo ao que veio: tentar dissecar e explorar os modos de vida e relações interpessoais de jovens dentro da faixa etária da chamada Gen Z. Diferentemente de Euphoria, que trata o tema com desesperança e de um ponto de vista vicioso, os problemas pelos quais a geração passa são superáveis, brilhantes e enriquecedores. Ao ver o quanto aquele grupo de adolescentes respeita suas próprias diferenças com tão pouca idade, coisa que a minha geração não teve a oportunidade de fazer na adolescência (isso eu sendo aproximadamente 5 anos mais velho que eles apenas!), é tocante e de certa forma severo. Por ser escrito por uma adolescente, o tato para os temas é surreal de tão bom.
Disponível em: HBO Max. 1 Temporada. Cancelada.
9. Ted Lasso
EUA, 2020-. Criada por: Brendan Hunt, Joe Kelly e Bill Lawrence

(WarnerBros Television/Reprodução)
Esta aqui é de onde saiu o meme amplamente conhecido da Isabela Boscov: “É inovador e revolucionário? Não. Mas durante aquela meia hora cria ali pra você um lugar tão aconchegante…” e a série é exatamente isso. Um técnico de futebol americano um pouco atrapalhado mudar pro Reino Unido para dirigir um time de Futebol tem tudo para parecer uma comédia pastelão, mas tem um teor sério, atuações maravilhosas e uma conexão emocional latente em todos os episódios. Se torna um pouco difícil imaginá-la sendo escrita num momento de tantas tragédias mas Ted Lasso exalta a paz para o espectador, fazendo com que torçamos para que todos os personagens melhorem e cresçam como seres humanos, assim como o protagonista Ted (Jason Sudeikis) acredita neles também.
Disponível em: Apple TV+. 2 Temporadas. 3ª Em produção.
10. The Great
EUA, 2020-. Criada por: Tony McNamara

(Hulu/Reprodução)
A jornada da rainha Catarina, a Grande para o trono da Rússia é formidável e conhecida entre historiadores. Mas nessa série ao invés de narrar o óbvio, um humor ácido toma conta para exemplificar e apontar defeitos numa sociedade Russa dos anos 1740’s e fazer paralelos com a sociedade atual. Rindo da nossa própria desgraça (e a deles), voltamos os olhos ao casal principal que teoricamente não têm nada em comum, mas em ação têm grande química. Interpretados por Elle Faning e Nichoulas Hoult, a dinâmica de Tom & Jerry dos dois é contagiante.
Disponível em: StarzPlay. 2 Temporadas. 3ª Em produção.
11. Insecure

(HBO/Reprodução)
De narrativa potente, voltada para muitas questões raciais, Insecure não deixa de ser divertida para todos os públicos. É uma narrativa leve sobre a vida de pessoas pretas millenials e levanta momentos hilários, com artistas muito talentosas em tela. Uma de suas atrizes mais expressivas, faz Kelly (Natasha Rothwell – bastante conhecida por The White Lotus) e é uma das melhores coisas da 5ª temporada. Provavelmente se você já viu Girls, Please Like Me e outras que se passam sob a aura de situações cotidianas cômicas, vai gostar dessa também, porém partindo de outro grupo social, diferente das citadas. É simples, mas muito gostosa.
Disponível em: HBO Max. 5 Temporadas.
12. The Morning Show
EUA, 2019-. Criada por: Jay Carson e Kerry Ehrin

(Apple TV+/Reprodução)
Um programa matinal tradicionalíssimo é atingido por uma denúncia de assédio sexual vinda de dentro da própria rede de TV. Com as estruturas abaladas, a série mostra o processo de quebra da rigidez e do estado de perfeição que a própria produção televisiva se colocou há muito tempo.
Ao mesmo tempo, parte de uma perspectiva política de “centrão”, dando voz a todos os lados do processo, o que para a proposta da série e seu discurso são vitais. Com Steve Carrel, Jennifer Anninston e Reese Whitherspoon, a série abre espaço para discussões amplas (racismo institucional, fortunas acumuladas e decisões tomadas por dinheiro, assédio em ambiente corporativo, relações de poder entre mulheres e mais) que não terminam apenas no programa. É um processo reflexivo constante.
Disponível em: Apple TV+. 2 Temporadas. 3ª temporada em produção.
13. The Boys
EUA, 2019-. Criada por: Eric Kripke

(Prime Video/Reprodução)
O universo em que Super-Heróis fazem um paralelo com grandes personalidades da mídia e a construção que fazem de suas imagens, além da ação de empresas privadas em assuntos de teor público. Quase todos são péssimos e os próprios heróis (a equipe de Butch) também não são grandes exemplos de boas pessoas. Alternando cenas de ação, lutas e explosões com drama e situações reflexivas que falam sobre o que passamos no momento atual politicamente, a série é um conjunto de acertos muito grande, por vezes beirando o esdrúxulo e o absurdo propositalmente.
Disponível em: Prime Video. 2 Temporadas. 3ª temporada está prevista para estrear em 3 de Junho de 2022.
14. What We Do In the Shadows
EUA, 2019-. Criada por: Jemaine Clement

(FX/Reprodução)
Baseada no filme de mesmo nome de Taika Waititi (2014), a produção narra o dia a dia de uma família de vampiros de Nandor o Impiedoso (Kayvan Novak), Nadja (Natasia Demetriou), Lazlo Cravensworth (Matt Berry), o vampiro de energia, Colin Robinson (Mark Proksch) e o familiar Guillermo (Harvey Guillén). A mistura de comédia com um toque leve de gore, sangue e humor macabro, é considerada por alguns críticos como a melhor comédia da TV atualmente.
Cada personagem é engraçadíssimo à sua maneira, e há participações especiais com artistas conhecidos com grande frequência (Mark Hamill, Dave Bautista, Tilda Swinton, Evan Rachel Wood). O programa brinca bastante com a situação de vampiros (seres com uma vida longa) tentando se adaptar no mundo atual tendo momentos de conexão com a cultura pop hilários, como referências a Crepúsculo, Entrevista com o Vampiro e outras produções marcantes.
Disponível em: Star+. 3 Temporadas. 4ª Temporada em Produção.
E você, já assistiu alguma delas? Marque na sua lista e veja o máximo que puder!