Wandinha é a gótica suave, apaixonante e bem desenvolvida da Netflix (Crítica)
Com personagens cativantes, mistério e romance adolescente, Wandinha conquista todas as gerações.
Publicado em 19 de dezembro de 2022, por Vanessa Freitas • CríticasA série Wandinha, uma junção de Tim Burton e Netflix, está disponível na plataforma desde o final do mês de novembro. A queridinha do momento tem gerado comentários tanto pela qualidade da série em si quanto pela tradução de seu nome. No inglês, Wednesday foi carinhosamente apelidada em português de “Wandinha”. O nome da personagem em inglês veio de um poema infantil antigo em inglês que definia as características das crianças a partir do dia da semana em que nascessem.
A personagem, conforme explicado na série, nasceu em uma sexta-feira 13, mas a quarta-feira era o dia dedicado às crianças angustiadas. Assim, ela ficou “batizada” por Mortícia (na série, Catherine Zeta-Jones) e Gomes Addams (Luis Guzmán).
A tradução do português, no entanto, veio da relação de mercado para aproximar o público e a personagem ainda nos anos 1960. Nesse viés, pela tradição, a Netflix não mudou a tradução, pois gerações de brasileiros já eram íntimos da Wandinha.
Assim, a série Wandinha (Wednesday), é um spin-off da família Addams. Ela conta a história da filha mais velha da família (Jemma Ortega) após ser expulsa de seu antigo colégio por conta de uma travessura perversa e passar a estudar em um novo colégio interno, Nunca mais (Nevermore Academy). Wandinha, diante dos desafios e mistérios da instituição, deverá aprender a confiar em seus novos possíveis amigos e em si mesma.

(Netflix/Reprodução)
A sinopse já é bastante chamativa para pessoas que amam história de adolescentes e sobrenatural. Além disso, ela acerta ainda mais na construção de personagens, já que os estudantes de Nevermore e da cidade vizinha são cheios de charme.
Além da excelente atuação de Jemma Ortega como Wandinha, encontramos outros personagens também carismáticos, Enid (Emma Myers), Bianca (Joy Sunday), Xavier (Percy Hynes White), Tyler (Hunter Doohan) e, é claro, o icônico Mãozinha (Victor Dorobantu). No entanto, vale o destaque a dupla de amigas, Wandinha e Enid.
Fica claro que os roteiristas e showrunners da série, Alfred Gough e Miles Millar, entendem bem de arquétipos, conferindo, dessa forma, à dupla de amigas uma total oposição de personalidades, mas que concretizam o ditado popular de “os opostos se atraem”.

(Netflix/Reprodução)
Parece que além de uma excelente equipe técnica e atores bem preparados, a Netflix mostrou mais uma vez que sabe dominar os códigos da internet e do mercado. Nesse sentido, podemos perceber detalhes da cultura pop em toda sua construção. O figurino de Wandinha, por exemplo, foi inspirado no estilo da cantora Billie Eilish. Já o número de dança da personagem se tornou viral nas redes sociais, sobretudo no TikTok, o que claramente faz parte de um estudo de marketing e mercado.
Sobre a divisão da série, ela configura-se com 8 episódios, trazendo um grande mistério e romances adolescentes. Nesse sentido, a série é sem dúvidas uma excelente indicação para fãs de Harry Potter, Supernatural, Tim Burton e fantasia em geral. No entanto, para aqueles que preferem tramas cheias de segredos, vale a indicação da nova série da Netflix, 1899, dos mesmo criadores de Dark.

Nota: 4.5
