Cavaleiro da Lua: estreia do Disney+ se mantém nas possibilidades (Recap)
Lançamento da Marvel tem enorme potencial, ainda que em gestação
Publicado em 31 de março de 2022, por Guilherme S. Machado • Estreias, Recaps[ALERTA: Spoilers de Cavaleiro da Lua – “O Problema do Peixe Dourado” à frente]
Com sintomas de desordem psicológica, o protagonista, e consequentemente, a minissérie de Cavaleiro da Lua se torna uma mistura de gêneros, sensações e sentimentos, apenas dentro do episódio já lançado pelo Disney+ na última quarta-feira (30). Porém, os críticos que obtiveram acesso aos quatro primeiros episódios também trazem essas mesmas informações como algo constante no programa. Para estabelecer o personagem, a abordagem é, no mínimo, essencial: o transtorno de personalidade vindo dos quadrinhos é realmente confuso e transpor isso ao MCU não seria algo simples.
Mudanças em Steven Grant e Marc Spector
Algumas mudanças já notadas foram cruciais para a dinâmica do episódio: começar por uma das personalidades que menos sabe do Cavaleiro da Lua e mostrar nuances com os apagões e as outras identidades que coabitam o mesmo corpo. Steven Grant é muito diferente de sua versão dos quadrinhos. Um quase equivalente ao “Batman” da Marvel ele é rico e seu dinheiro é utilizado para comprar aparatos e objetos para o Cavaleiro da Lua. Quanto a Marc não vamos nos atentar devido à participação permanecer no mistério durante este episódio. Mas o celular escondido na parede com um nome além de Layla (o de Duchamp) já aponta a aparição do personagem que é ex-militar e amigo da personalidade de Marc.
Um outro momento que não é muito claro são os apagões de Steven: apesar de não sermos apresentados a nada do passado dele, ele já tem alguma noção sobre a entidade que o cerca pois se acorrenta a uma estaca em seu apartamento — que inclusive é muito grande para o salário que ele aparenta ter, de mero proletário.
Terror? Comédia?
Os tons que se alteram durante o episódio inicial causam sentimentos conflitantes e certa parte da audiência realmente não se afeiçoou diretamente com isso. Outra parte diz achar bastante divertida a variedade de gêneros possíveis de haver em um episódio apenas. Quando a senhora pega o elevador junto com Steven, há um clima bastante tenso no ar entrecortado pelas falsa de Steven tentando se manter são durante a fuga de Konshu — o deus egípcio que utiliza seu corpo para imersão — e a cena não se torna especificamente nem uma coisa nem outra, misturando temas e sensações.

Disney+/Reprodução
Quanto à atuação de Oscar Isaac, esse sim consegue manter a série como poucos atores conseguem, algo semelhante ao que Peter Capaldi fez no E11T09 (Hell Bent) em Doctor Who, ao segurar 90% do episódio com seus trejeitos, sua atuação e características que ele dá ao personagem. As cenas em que ele conversa com sua personalidade no espelho dão esboços das duas versões que ele deverá manter bem durante a drama.
O CGI, no entanto, não agradou e há cenas em que os efeitos são visíveis e exagerados, no sentido de algo que a Marvel faz muito há muito tempo: terceirizar cenas que poderiam ser facilmente feitas em set e com efeitos especiais para os trabalhadores de efeitos visuais, que provavelmente não têm o tempo necessário para refiná-las. A cena de perseguição da van é tenebrosa e alterna planos de um 3D muito mal renderizado. Há cenas com efeitos menores que também me soaram desnecessárias serem computação gráfica.
Resta saber o como essa trama se desenvolverá a partir de agora. Os próximos cinco episódios de Cavaleiro da Lua chegarão ao Disney+, semanalmente, todas as quartas-feiras. Não perca!

Nota: 3.5
