A Casa do Dragão volta à qualidade narrativa de George R.R. Martin na HBO
Prelúdio de Game of Thrones chega à metade da 1ª temporada com narrativa envolvente e viciante sobre a Casa Targaryen
Publicado em 20 de setembro de 2022, por Victoria Vischi • EstreiasDepois das últimas temporadas de Game of Thrones terem deixado muitos de nós com um sentimento desagradável de descontentamento, não tinha grandes expectativas para A Casa do Dragão (House of the Dragon, no original). No entanto, fui surpreendida positivamente com o resultado da primeira metade da prequel de As Crônicas do Gelo e Fogo e acho que podemos afirmar o motivo disso: a HBO tinha nas mãos apenas um livro para ser adaptado e transformado nessa série.
Retomando Game of Thrones
As últimas temporadas de Game of Thrones não possuíam o envolvimento do escritor dos livros e criador desse universo, George R.R. Martin, nem possuíam uma linha narrativa para seguir — tendo em vista que apenas cinco livros da saga foram finalizados e publicados.
Então, o que vimos acontecer, a partir da sexta temporada, foi um caminho narrativo desenvolvido completamente pelos roteiristas da forma que bem entendiam para a finalização dessa história. Como uma fanfic autorizada e adaptada como se fosse o material original, as últimas temporadas de Game of Thrones destoam do trabalho inicial.
Enquanto George R.R. Martin já disse publicamente que gostaria de que a série tivesse pelo menos 10 temporadas, para desenvolver a narrativa que ele planejou, o original HBO foi finalizado em 8 temporadas. Com um desenvolvimento apressado e escolhas narrativas duvidosas, essa sequência final deixou todos se perguntando como George R.R. Martin teria continuado a história, versão que não parecemos estar mais próximos de receber.
A Casa dos Dragões

Milly Alcock e Emily Carey interpretam, respectivamente, Rhaenyra Targeryen e Alicent Hightower. (HBO/Reprodução)
Após a finalização mal feita, perdi o interesse no universo de As Crônicas de Gelo e Fogo. A aparente queda de qualidade narrativa, fez com que passasse a sentir preguiça de acompanhar notícias ou novas narrativas envolvendo esse cenário.
Foi assim que ignorei a estreia do primeiro episódio de A Casa do Dragão. Apenas após três semanas do lançamento, com o aumento dos comentários online e incentivada por vídeos editados na internet e comentários feitos por fãs no TikTok, fiquei curiosa e resolvi conferir a prequel.
De forma surpreendente, para quem não estava com expectativa alguma, (aviso: não li o livro) a série me prendeu desde o primeiro episódio. Assisti de uma vez os três episódios que já estavam lançados e passei os dias seguintes consumida pela expectativa da continuação. Minha maior crítica a produção é o ritmo apressado assumido e o grande corte de cenas que foram gravadas e descartadas da versão final. No entanto, esse detalhe não tira a qualidade do produto final, que entrega uma narrativa envolvente que prende o espectador a todo momento.
A série já chegou à metade da sua 1ª temporada, momento em que dizemos adeus aos atores que interpretam as versões jovens de quatro personagens principais: Rhaenyra Targeryen, inicialmente interpretada por Milly Alcock, passa a ser personificada por Emma D’Arcy; nos despedimos da Alicent Hightower de Emily Carey, para receber a versão adulta de Olivia Cooke; Laenor Velaryon passa por sua terceira troca de ator, tendo tido sua versão mirim interpretada por Matthew Carver, o adolescente por Theo Nate e agora veremos sua fase adulta por John MacMillan; o mesmo acontece com Laena Velaryon inicialmente interpretada por Nova Foueillis-Mose, com a versão adolescente Savannah Steyn e adulta por Nanna Blondell.
A alteração é feita para acompanhar os vários saltos temporais da narrativa, enquanto o restante do elenco terá seu envelhecimento retratado por truques de maquiagem de trocas de penteados. Milly Alcock e Emily Carey fizeram um trabalho magnífico trazendo à vida duas das protagonistas da série. Rhaenyra conquistou o público, enquanto Alicent mostrou a complexidade de sua personagem, ganhando simpatia e compreensão sobre suas ações — o que deve acabar a partir de agora, quando assume uma posição mais antagônica na narrativa.
Agora é hora de esperar ansiosamente para conhecer suas novas versões no próximo domingo, contando os dias para acompanhar a continuação dessa história envolvente que conseguiu alcançar o objetivo de lançar um episódio a cada semana: ser o assunto do momento por mais tempo.
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