Queer Eye Brasil é sobre estilo, saúde e design, mas também diversidade, respeito e amor próprio (Crítica)
Produção soube escolher bem seu elenco e, além de dicas de beleza e bem-estar, entrega lições pra vida
Publicado em 31 de agosto de 2022, por Gustavo Batista • Críticas, Reality Show
A Netflix recheou seu catálogo, na última quarta-feira (24), com seis inéditos episódios que formam a primeiríssima temporada de Queer Eye Brasil. Este que vos escreve gastou algumas horas livres do fim de semana maratonando essa atração que vai muito além de moda, saúde, cultura, beleza e design. O texto a seguir contém alguns spoilers!
A televisão brasileira, não é de hoje, já contou com programas dos quais a proposta é de promover algum tipo de transformação, seja estética, doméstica ou até comportamental, na vida de quem deles participa. O título estreante do ‘tudum’ segue essa linha de ajudar personagens que muito fazem pelos outros ou pelo ofício que exercem, mas que se privaram do autocuidado.
Foi um prazer tamanho conhecer os fabulosos, os cinco especialistas de áreas diversas que são LGBTQIA+ e emprestam seus talentos em prol do bem-estar de personagens como a mãe de um homem transexual intensamente dedicada ao filho, um viúvo que se viu pai solo de duas crianças após sua mulher ser acometida com câncer de mama e um idoso que é estimulado a encontrar tempo para cuidar de si em meio aos dias de trabalho numa horta. Mas, apesar de estarem ali como os profissionais competentes que são, os integrantes do elenco lidam com cada pessoa atendida através de notável carinho, respeito e sensibilidade. E isso muda tudo!
Assista abaixo ao trailer na íntegra!
Netflix acerta no elenco
A aplicação do formato em terras tupiniquins acontece após ampla aceitação da sua versão americana, que encantou o público com seis temporadas de êxito significativo. Queer Eye trata-se de um reboot do reality Queer Eye for the Straight Guy, do canal Bravo, que lançou episódio final em 2007.
Nos EUA, os Fab 5 (como por lá são chamados os fabulosos) tratam-se dos já conhecidos Antoni Porowski, Bobby Berk, Jonathan Van Ness, Karamo Brown e Tan France. A experiência brasileira ganhou, como não podia deixar de ser, rostos nacionais e muito bem escolhidos, por sinal. Rica Benozzati (estilo) propõe looks impecáveis e abre outras possibilidades de vestimentas para os participantes, mas sem apagar a identidade pessoal de cada um.
Ao compor novos looks para um homem habituado a peças básicas, leva em consideração a preferência dele. O mesmo respeito pelas individualidades é observado com o hair stylist Yohan Nicolas (beleza), que, dentre tantos outros feitos admiráveis, preservou a mecha de cabelo branco que já é marca registrada da manicure Tânia.
Luca Scarpelli (cultura) emociona ao acompanhar Rafael em um passeio para fotografar. Já o médico Fred Nicácio (bem-estar), que se preocupa com a saúde dos participantes, propõe exercícios físicos condizentes com o condicionamento de cada um e nada radicais. Não podemos deixar de destacar a performance do arquiteto Guto Requena (design), que otimiza o espaço domiciliar e o deixa com a marca de seus moradores (inclui, por exemplo, uma bola de balada na sala de uma mulher com espírito festivo).
Cinco novas amizades
A cada episódio de Queer Eye Brasil, especialistas de diversas áreas somam esforços para ajudar um participante. (Netflix/Reprodução)
É emocionante acompanhar a parceria sincera que se estabelece entre os fabulosos e os heróis/heroínas, como são chamados os donos das histórias de vida apresentadas ao telespectador. Para citar poucos momentos, podemos destacar a conversa franca entre Alessandra, mãe de um homem trans, e Luca Scarpelli, que também é transexual. Foi lindo de ver, inclusive, a conexão da participante Tânia com o fabuloso Fred.
Ficou curioso? Separe os lencinhos e prepare-se para acompanhar enredos reais que são carregados de alta carga emocional. Queer Eye Brasil já está disponível na Netflix!
Nota: 5
